Ainda nem estava desenhada a estrutura governativa do regime autonómico dos Açores quando um fenómeno natural destruiu a cidade de Angra do Heroísmo e arredores.
Um ano depois do 25 de abril, a autonomia chegava aos Açores ? uma região com uma identidade patrimonial muito própria. Após a implementação do organigrama de um novo governo, começam a surgir as associações culturais como o Instituto Histórico de Angra. Viviam-se anos de grande atividade cultural e social na Cidade de Angra do Heroísmo. Até que, no dia 1 de janeiro de 1980 a cidade ficou destruída.
Para evitar que a população abandonasse a ilha, foi preciso convencer o presidente dos EUA a não abrir fronteiras. Em poucas semanas foram tomadas medidas imediatas de entrega de kits de casas de madeira para toda a população. A ilha Terceira acabou por receber centenas de profissionais da construção civil, resultando em grandes alterações do uso da cidade e arredores.
Um grupo de angrenses, incluindo Álvaro Monjardino, junta-se para a apresentação da proposta de classificação da cidade de Angra do Heroísmo como Património Mundial. Mas Portugal nunca tinha apresentado uma candidatura à UNESCO e esta nunca tinha classificado um conjunto urbanístico, ainda para mais destruído. Aproveitando o regresso de Portugal à UNESCO a população faz o inimaginável: propõem classificar a cidade destruída a Património Mundial.