As raízes, o percurso, o contexto artístico, a obra. A vida de Amadeo de Souza-Cardoso em 58 minutos
Filho de uma família abastada de proprietários rurais, Amadeo foi um entre nove irmãos e desde cedo revelou grandes aptidões artísticas. Estreou-se na caricatura, passou por arquitetura mas foi na pintura que verdadeiramente se realizou. Determinado e muito seguro de si, Amadeo depressa percebeu que era em Paris que queria desenvolver as suas capacidades. Em 1906, com 18 anos, partiu para a ?cidade luz? onde frequentou um meio artístico em ebulição. Teve oportunidade de viver e de contribuir para os grandes movimentos que surgiam na época como o cubismo, o futurismo, o abstracionismo, o expressionismo. Foram oitos anos em que esteve ao lado de nomes grandes do modernismo, partilhou experiências e dialogou de perto com Modigliani, Brancusi, Delaunay. Foi um dos artistas que mais vendeu na primeira grande exposição modernista das vanguardas europeias nos Estados Unidos.
Viveu até ao fim da sua curta vida entre as Montanhas do Marão, trabalhando vertiginosamente, com uma grande intuição, chegando até mais longe do ponto de vista artístico do que muitos artistas do modernismo que continuaram em Paris, dizem os historiadores da arte.
Revelou o seu trabalho em Portugal em 1916, já depois de ter exposto nas grandes capitais europeias, Nova Iorque, Boston e Chicago e de ter sido elogiado por importantes críticos internacionais. Mas Portugal era um país pequeno e ?fechado? e a sua obra foi recebida com espanto e agressividade.
A gripe pneumónica que grassava na Europa apanhou Amadeo na flor da idade e no auge da sua criação. Deixou 10 anos de uma intensa produção artística. São conhecidas mais de 200 pinturas e um número muito superior de desenhos.