A forma como o Cinema Português abordou a história do império colonial
Fantasmas do Império explora o imaginário colonial no cinema português desde o início do século XX... 100 anos de cinema. Aos documentários e ficções do passado colonial, contrapõem-se filmes e olhares contemporâneos de cineastas de várias gerações assim como pontos de vista de testemunhas e investigadores. Sete cineastas portugueses - Fernando Matos Silva, João Botelho, Margarida Cardoso, Hugo Vieira da Silva, Ivo M. Ferreira, Manuel Faria de Almeida, Joaquim Lopes Barbosa - abrem os cofres da memória cinematográfica colonial, dialogando com os atores, Ângelo Torres, são-tomense, e Orlando Sérgio, angolano. Desvendam o passado, real, reinventado ou recalcado que ainda hoje assombra as memórias: os mitos das descobertas, a ficção imperial, a fábrica da epopeia colonial, as máscaras da violenta dominação. José Manuel Costa, diretor da Cinemateca, e Maria do Carmo Piçarra, investigadora, trazem perspetivas na história da produção cinematográfica.
Juntando fragmentos cinematográficos heterogéneos e pontos de vista diversos, o documentário de Ariel de Bigault foca as variações de olhares, especialmente sobre "o outro", o "colonizado" de outrora, porém perene concidadão e conterrâneo da nossa comum humanidade. Jogando com ecos, contrapontos, contrastes entre situações, imagens, diálogos, músicas, propõe um enredo de imaginários e atitudes, de memórias e emoções.
Fica a interrogação sobre a persistência dos fantasmas hoje no cinema, no audiovisual, na cultura, na sociedade.