Num recital de fado e poesia, um cantor, uma atriz e um guitarrista contam uma história de paixão, ciúme e perdão
Fala-me Também do Fado é um recital de fado e poesia que conta uma história de amor. Entre poemas de Nuno Júdice, de Manuel Alegre e de Ana Mar e fados de David Mourão Ferreira e de Amália e o emblemático Fado Falado, Teresa Lima, Rui Baeta e Pedro Joia deram voz , canto e música a estes autores para comemorar o dia Mundial da Poesia.
Catarina Castel Branco assina a pintura que serve o cenário.
O Fado nasceu um dia. E desde então muito tem mostrado a sua face nocturna, solitária e sofrida.
Em especial para quem não o conhece muito bem, o Fado é pesado, nostálgico, habitado por personagens que suportam um triste destino, incapazes de serem donas das suas próprias vidas.
Nós gostamos também do outro lado do Fado, daquele que ele tantas vezes esconde, como que envergonhado de ser feliz.
Um cantor, uma actriz e uma guitarra contam uma história de paixão, ciúme e perdão. Falam dos ventos, gritam os sonhos e cantam os traços com que pintam as suas vidas. Falam das palavras que os traem e de mãos que ainda sabem perdoar, dessas mãos que o fado compreendem e que entendem a sua dor, mas que procuram ultrapassar o sofrimento e encontrar a luz que brilha no ardor e na alegria da paixão. Desconfiam, discutem e discordam sobre o amor que os une e a solidão que os divide.
Mas se os deixarmos de ouvir, se já ao longe perdermos o eco do seu canto apaixonado, saberemos então que talvez tenham falado do desejo visceral de ser felizes?simplesmente.