16 Ago 2017
Um guineenese à procura de uma experiência nova em Lisboa
Um jovem africano, Zé da Guiné, chega a Lisboa à procura da cidade abundante, mundo maravilhoso, onde todos os sonhos se podem realizar.
A cidade na época, meados dos anos 70, só é abundante no movimento e nas palavras. Não havia outra riqueza, a tal riqueza da cornucópia que ele esperava...
Tenta habituar-se à ideia, no que é facilitado pelo tamanho e movimento da urbe. Percebe a oportunidade e faz o que melhor sabe fazer e que a experiência ensina a qualquer africano: fazer o novo com o velho. Trava conhecimento com todos os protagonistas das novas correntes, desde as artes à comunicação social, e deles fica amigo. Reinventa a moda e inventa a noite. É o Brown, é o Souk, é o Rockhouse, são as Noites Longas, é o Bebop.
Lisboa ganha a noite, uma noite colorida, onde todos os quadrantes e todas as capelas se encontram e se reconhecem nas míticas sextas feiras das Noites Longas. Lisboa, cresce e orgulha-se das suas gentes de tantos sítios e de tantos credos. Antes do Zé da Guiné as noites eram escuras, frias e metiam medo.
Um quarto de século depois o que resta de tudo isto?