A história de vida de um artista da banda desenhada portuguesa
Outubro de 1910. A cinco desse mês foi implantada a república em Portugal. A 26 nasce em Lisboa Fernando Trindade Carvalho Bento.
O pai trabalhava no Coliseu dos Recreios de Lisboa e foi aí que, desde muito novo, Fernando Bento entrou em contacto com as artes plásticas.
Figurinista, maquetista, caricaturista, pintor e autor de banda desenhada, de formação autodidata, teve como único complemento o curso de desenho por correspondência, da École ABC de Dessin, de Paris, quando tinha então 19 anos.
No início dos anos 30, realizou caricaturas de desportistas e atores, tendo feito ilustração desportiva no jornal Os Sports e para a crítica teatral em Coliseu e Diário de Lisboa, a par da realização de cartazes, cenários e figurinos para o teatro de revista.
Como figurinista do teatro de revista, recebeu o aplauso da crítica, tendo também feito incursões na publicidade e na Pintura.
Apesar do seu gosto e talento pelo desenho, ilustração e pintura, assegurou trabalho como empregado comercial numa companhia petrolífera (BP).
Em 1938, com 28 anos, Fernando Bento estreou-se nas histórias aos quadradinhos (BD) e começa uma colaboração com diferentes jornais, que duraria algumas décadas: República, O Século, Diário de Notícias e revistas Diabrete e Cavaleiro Andante foram algumas das publicações a que deu o seu contributo.
Foi sem dúvida, um dos mais prolíficos autores de banda desenhada e ilustradores que o país já viu.
Neste documentário biográfico estão incluídas imagens de originais da obra do artista, depoimentos de amigos, autores e historiadores / pesquisadores de banda desenhada, diretor do Festival Internacional de BD da Amadora e episódios familiares contados em primeira mão por D. Arlette Bento, viúva do nosso biografado.