A luta pela sobrevivência de alguns angolanos detidos pelas autoridades coloniais portuguesas na província de Malanje
A ação decorre em Malange, Angola, em 1957.
Consequência de uma briga entre o faxina Njololo e o cabo Faria, que violara a mulher do primeiro, a PIDE, polícia política recém chegada a Angola, em colaboração com agentes da administração, soldados e comerciantes, resolvem dar uma lição, para disciplinar e vingar o sofrido pelo cabo Faria com o gesto ousado do faxina.
Organizam uma rusga em que prendem 59 homens, de influência e prestígio no meios social angolano: pastores, catequistas, enfermeiros, artesãos, operários, pequenos funcionários e outros, enviando-os num vagão J, com destino a Luanda.
Esse vagão em ferro, próprio para o transporte de cereais a granel, não tem janelas, bancos nem lavabos.
No percurso para Luanda, o vagão J é desatrelado na estação da Canhoca e deixado abandonado numa linha em desuso durante cinco dias sob o sol tórrido de Março.
De ambiguidade em ambiguidade, a unidade do grupo de prisioneiros constrói-se na necessidade de sobreviver. Com o passar dos dias, sem higiene e sem água os prisioneiro modificam o seu comportamento até ao conflito aberto entre si , contribuindo para que a catástrofe e a morte se instale.