Coimbra marca um salto intelectual de profunda amplitude na vida do poeta algarvio
Corria o ano de 1899 quando António Aleixo nasceu, em Vila Real de Santo António.
Crescia a família e cresciam também as dificuldades dos pais do pequeno António.
O dinheiro ganho por sua mãe, mulher-a-dias em casa de alguns senhores da terra, constituía uma ajuda, mas a prole de José Fernandes e Isabel tornara-se um fardo, pelo que quase todos os filhos cedo começaram a aprender um ofício. A António Aleixo, habilidoso de mãos como o seu pai, coube seguir o mister de tecelão. Do seu pai herdou também o jeito para a música e para os versos.
Com o passar dos anos, antes de chegar aos 20, António Aleixo, fizera duas conquistas para o resto da vida: a fama de animador muitos quilómetros para além de Loulé; e uma saúde periclitante que o levará, anos mais tarde a ser internado no Hospital dos Covões em Coimbra.
Na capital do Mondego, o poeta trava conhecimento com alguns dos mais proeminentes vultos da cultura portuguesa.
Coimbra marca um salto intelectual de profunda amplitude na vida do poeta. Ao fim de alguns anos, revelam-se infrutíferos os tratamentos para tentar inverter a doença que tão sofridamente padece.
Cansado das viagens de ida e volta entre o hospital e Loulé, toma a decisão de regressar em definitivo ao Algarve, onde, impotente, acaba por morrer poucos meses depois.
Estava-se em 16 de Novembro de 1949 e tinham passado exactamente cinquenta anos sobre a data do seu nascimento.