Wim Wenders regressa ao documentário para registar a espantosa trajetória, na vida e na música, de um grupo de músicos cubanos
Em 1996 o célebre guitarrista Ry Cooder produziu um disco intitulado ´Buena Vista Social Club´, uma colectânea de velhos temas da música cubana que obteve um estrondoso sucesso e um Grammy, sobretudo porque os seus fabulosos músicos e cantores tinham idades entre os setenta e os noventa anos. A espantosa redescoberta de toda uma geração de grandes músicos que voltaram à estrada para uma segunda digressão, entre Havana e Nova Iorque com passagem por Amesterdão, desta vez registada em filme.
Com ´Buena Vista Social Club´, Wenders, regressa ao documentário depois das fascinantes experiências de 1985 e 1989. Wenders acompanhou estes admiráveis músicos cubanos, que Ry Cooder relançou, numa digressão por Havana, Amesterdão e Nova Iorque, registando não só o seu incomparável estilo musical como as histórias das suas trajectórias, pessoais e profissionais. Tudo isto captado em video digital, o que permitiu a Wim Wenders e aos seus directores de fotografia criar uma particular atmosfera visual neste documentário musical sobre um punhado de admiráveis idosos, que podiam estar esquecidos mas nunca ultrapassados ou senis. O cantor Ibrahim Ferrer de 72 anos, conhecido como o Nat King Cole cubano, engraxava sapatos quando Cooder o encontrou e o pianista Ruben Gonzales, apesar da arterite e dos seus 80 anos continua a manter um poderoso estilo. Na companhia de Compay Segundo, guitarrista e cantor com mais de 90 anos, de Omara Portuondo, a septuagenária Edith Piaf cubana e de tantos outros formam o fantástico ´Buena Vista Social Club´, celebrando a música e desprezando a idade.