No 3º episódio de Príncipes do Nada, Catarina Furtado e a equipa (o produtor e realizador Ricardo Freitas, o repórter de imagem Hugo Gonçalves e o técnico de som Pedro Santos) acompanham vários casos de doentes com cancro no Hospital Central de Maputo, em Moçambique. É o enfermeiro Juvenal, "a alma" da unidade de oncologia, quem nos começa por abrir as portas do hospital e falar da importante formação recebida em Portugal graças ao Programa Atenção Integrada ao Doente Oncológico. O projeto, que começou em 2014, tem o apoio da Fundação Gulbenkian, e do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, e vem responder à necessidade de formar uma equipa multidisciplinar de qualidade, desde a fase de diagnóstico à fase de tratamento. Antes, em Moçambique, as pessoas morriam em casa com cancro sem o saberem, hoje já começam a estar mais sensibilizadas para a existência da doença, o que aumenta a possibilidade de prevenção e cura.
Seguimos depois para a Ilha do Príncipe, em São Tomé, onde conhecemos o Mestre Leandro, um senhor de 77 anos que ensina a arte da cestaria e da esteira na Roça Paciência. É esta técnica que dá vida à Cooperativa de Artesanato, iniciativa desenvolvida pela Fundação Príncipe Trust, que emprega várias mulheres. Jussara, 21 anos, trabalha todos os dias com o filho no colo. Rosa Antónia, 46 anos, viúva, sustenta os quatro filhos sozinha. Eneida, 25 anos, conta-nos que agora consegue cerca de 60 euros por mês, um valor que pode parecer irrisório, mas que lhe garante a subsistência e é superior ao salário mínimo nacional em São Tomé e Príncipe, que ronda os 40 euros. Ester Alegre é a coordenadora dos projetos da área social da Fundação Príncipe Trust e vê na Cooperativa o "empurrão" necessário para a autonomia da mulheres santomenses.
Em todos os episódios Príncipes do Nada abordamos sempre alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que devem ser implementados até 2030 (agenda da ONU) e que dizem respeito aos países desenvolvidos e aos países em desenvolvimento. Neste terceiro programa debruçamos-nos sobre o ODS 10 (reduzir as desigualdades ), o ODS 3 (promover a saúde de qualidade ), o ODS 5 (igualdade de género) e o ODS 8 (trabalho digno e o crescimento económico).
MAIS INFOPríncipes do Nada
Príncipes do Nada pretende promover a cidadania e os Direitos Humanos
Esta nova série dos Príncipes do Nada será gravada na Guiné, Turquia, Timor, Camboja, Brasil, Guatemala, Angola, Portugal e São Tomé e Príncipe. Formato televisivo português emitido pela RTP, criado em coautoria entre a Embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Catarina Furtado, e o realizador Ricardo Freitas. Reportando as histórias e as experiências dos que, em contextos adversos, lutam pela melhoria das condições de vida das populações mais desfavorecidas, o programa Príncipes do Nada pretende promover a cidadania e os Direitos Humanos. O programa abrange temas tão urgentes como a excisão feminina, os sistemas de saúde deficitários, o trabalho infantil, a fome, o acesso à educação, a desigualdade de género, as crises humanitárias e a sobreexploração de recursos naturais. Em Portugal, Príncipes do Nada também tem acompanhado o trabalho inspirador de várias organizações, associações e voluntários que tentam melhorar as condições de vida dos mais vulneráveis, como é o caso dos idosos deixados à solidão ou dos refugiados que arriscam a sua vida fugindo de zonas de conflito. Em cada episódio, mergulhamos em realidades dramáticas através de exemplos de esperança, que mostram como o valor da vida pode e deve ser sempre a prioridade. Príncipes do Nada foi distinguido como o melhor programa de televisão em 2010 pela Associação Portuguesa de Telespetadores. O projeto estende-se ainda ao universo online, através da produção de conteúdos específicos para o seu website e página de Facebook.