Os salgados portugueses entraram em decadência a partir dos anos sessenta. Muitos deles
estão abandonados, improdutivos mas a memória perdura em Aveiro, na Figueira da Foz
e no Algarve. E no entanto, o comércio internacional de sal foi relevante durante séculos.
Expandiram-se as marinhas nos estuários dos rios, a paisagem ficou marcada pelo traçado
geométrico das salinas.
Nos últimos anos surgiu novo interesse pelo sal tradicional, pela flor de sal, por esse produto
"gourmet" roubado às ondas salgadas da costa portuguesa. Mas será suficiente para
inverter a tendência para o abandono?
Um documentário da RTP, da autoria da jornalista Anabela Saint-Maurice.
MAIS INFODOP
Sal Um projeto documental que alerta para a importância do DOP (Denominação de Origem Protegida) nos produtos tradicionais portugueses.
Vivemos uma época em que se atribui grande importância à exportação de produtos tradicionais portugueses. Para competir no mercado externo, o produtor sabe da vantagem em obter a certificação de origem para o seu produto. Por outro lado, aos olhos do consumidor, o produto "DOP" (com Denominação de Origem Protegida) apresenta-se como um artigo seguro, específico, produzido segundo determinadas regras numa dada região de Portugal.
O "DOP" - utilizado como símbolo e marca de uma zona - ganhou importância por razões várias. Nada "é tradicional" por acaso. As tradições remetem-nos para a geografia, a economia e para as circunstâncias da História. Foi a globalização da economia, a pressão da distribuição (sobre o produtor) e do factor preço (sobre o mercado) que em contracorrente despoletou a necessidade de proteger antigos modos de fazer. O "DOP" é assim reflexo do nosso tempo.
Tema vasto, o "DOP" é neste projecto o ponto de partida para se falar da tradição e da cultura portuguesas mas também do consumo (a moda) e da produção (economia).