SUB-20 DE PORTUGAL MARCAM LIVRE QUE JAMAIS SE ESQUECERÁ, por Rui Alves

Qatar, 20 de abril de 1995. Portugal joga o Mundial de Sub-20 de futebol. Campeão do Mundo em 1989 e 1991, a seleção das quinas tinha falhado a presença na edição de 1993.

No entanto, em 1995, volta a estar presente no Campeonato do Mundo, com uma geração repleta de jogadores talentosos, mas com um nome a destacar-se mais do que todos os outros: Dani.

Depois de dois triunfos nas duas primeiras jornadas, Honduras (3-2) e Argentina (1-0), a jovem formação portuguesa tinha assegurado a passagem à fase seguinte.

Mas em nada facilitaram no terceiro jogo. Diante da Holanda, triunfo claro por 3-0. E um golo que ficou na memória de todos os que a ele assistiram, pela criatividade e pela inusitada encenação para a marcação do livre.

O “teatro” dos dois jogadores lusos deve-se ao selecionador/encenador Nelo Vingada conhecido pelo seu 'engenho' na criação dos chamados lances de laboratório.

«A iniciativa partiu de mim e da equipa técnica. Tínhamos duas ou três combinações para a bola parada, não muitas mais: quando há demasiada informação, os jogadores não absorvem tudo. Eu encorajava o atrevimento», conta.

Dani e Bruno Caires protagonizaram a marcação do livre caricato, correm em simultâneo para a bola. Quando lá chegam empurram-se e voltam costas. Perante o espanto dos holandeses, Dani aproveita para bater a bola para o segundo poste, onde surge Agostinho, que sem oposição, não tem qualquer dificuldade em cabecear para o terceiro golo.

A FIFA iria referenciar este golo nos relatórios.

A marcação insólita do livre foi brilhante e certamente jamais será esquecida por quem a viu e vai poder recordar em mais um episódio do “Replay” da RTP Memória.