SOUSA FAZ A DIFERENÇA por Rui Alves

Europeu 84

No Stade Vélodrome de Marselha, duelo ibérico no Europeu 1984. A selecção nacional procura o melhor caminho para encontrar a baliza contrária depois do empate sem golos frente à selecção campeã da Europa, a República Federal da Alemanha.

Vinte e cinco anos passaram desde que Matateu marcou o primeiro golo no apuramento para o Campeonato da Europa de 1960, ainda com o nome de Torneio das Nações. O jogo com os Espanhóis podia ser a chave para abrir a porta de acesso à meia-final, mas para isso acontecer era preciso derrotar a armada Espanhola.

Avançados com créditos firmados não faltavam, Fernando Gomes coroado rei dos goleadores do velho continente em 1983, Nené goleador imaculado que não sujava os calções e o futuro pintor Jordão.

O golo tardava, o caminho para a vitória não se encontrava nem com decreto real, nem mesmo com a preocupação de evitar o contato físico com os adversários e faltava também, a inspiração do artista para a obra de arte.

O encontro entre os dois países da ibéria, arrasta-se ao longo de toda a primeira parte e no reatamento tudo parecia indicar que o jogo seria um enorme bocejo, preliminar de uma sesta ou então, passar pelas brasas.

No entanto, a linha média da selecção das quinas decide puxar dos galões que para além de travar as invasões espanholas, tem ainda força e arte para demonstrar como se marca um golo.

Sousa, médio de grande pulmão e de pontapé canhão desperta de um jogo sonolento quando sete minutos depois do intervalo, decide executar um pequeno chapéu que se revela um grande barrete para os nossos hermanos.

O autor do primeiro golo Português numa fase final de um Campeonato da Europa, luta como um bravo para manter a vantagem lusa, mas no fim do desafio, o resultado é de novo um empate, Portugal somava dois pontos em duas jornadas do Euro 84.