REI ARTUR CONQUISTA FRANÇA por Rui Alves

Será sempre um dos principais atores do futebol internacional, primeiro como jogador fabuloso e depois como treinador notável, que deixaria marcas em Portugal e no estrangeiro.

Licenciado em Filologia Germânica, faz-se técnico de futebol em Leipzig, na antiga Alemanha de Leste, transpõe o Muro de Berlim para conhecer o êxito. Treinador de inspiração soviética, com grande apelo ao rigor, mas sem perder os padrões criativos e técnicos do futebol português, introduz novas formas de treino.

Substitui no FC Porto, o Mestre da tática José Maria Pedroto que via em Artur Jorge o seu digno sucessor e que assim, terá aconselhado o decano dos presidentes, Pinto da Costa a contratá-lo.

Aposta certeira, em três épocas consecutivas, a equipa portista conquista dois campeonatos nacionais e uma Taça dos Campeões Europeus.

É o primeiro treinador português a sagrar-se campeão europeu e em 1987, a porta internacional abre-se para Artur Jorge.

Em Portugal, a conquista do título europeu corresponde a uma das mais altas distinções do Estado Português. A 4 de fevereiro de 1989 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Mérito.

A vitória gigantesca desperta de imediato a cobiça dos clubes estrangeiros e é o Racing Paris que seduz o treinador português.

Permanece época e meia, no entanto, não conquista qualquer título. Haveria de regressar à capital francesa, desta vez com enorme sucesso, para orientar o Paris Saint-Germain.

No clube parisiense viria a conquistar a Taça de França de 1993 e o Campeonato no ano seguinte, interrompendo uma série de cinco títulos seguidos do Marselha. Ainda hoje, é recordado no clube como o mestre do segundo título da história do clube de Paris.

Os clubes da Ligue 1, iniciam então uma nova tradição, confiar no valor e competência dos treinadores portugueses, a lista já vai longa depois do Rei Artur conquistar França.

Em 2018, Villas-Boas é o 10º técnico luso a treinar no campeonato francês, depois de Toni, Paulo Duarte, Leonardo Jardim, Sérgio Conceição, Miguel Cardoso, Rui Almeida, João Sacramento e Paulo Sousa.

"Fizemos coisas bonitas" foi uma expressão usada pelo Rei Artur e que se ouvia amiúde na década de 80 e 90.