NÃO HÁ DUAS SEM TRÊS por Rui Alves

“Ensinou-nos como o futebol deve ser jogado”. Não existe melhor elogio do que este feito pelo astro brasileiro Pelé ao mago do drible Stanley Matthews que vestindo a camisola do Blackpool de Inglaterra foi eleito como o primeiro vencedor da Bota de Ouro. Troféu que entre 1956 e 1994 eram eleitos apenas jogadores europeus que representassem os clubes do velho continente. A escolha do melhor futebolista organizado inicialmente pela Revista France Football é, em 1995, alargada a todas as nacionalidades desde que representem clubes europeus para 12 anos depois o escolhido ter o planeta como limitação.

Di Stefano, Bobby Charlton, Beckenbauer, Karl-Heinz Rummenigge, Gullit, Roberto Baggio, Zinédine Zidane são lendas do futebol que gravaram os seus nomes na lista de vencedores da Bola de Ouro. Eusébio em 1965 e Figo no início do milénio são os portugueses que antes de Ronaldo inscrevem os seus nomes como vencedores do troféu.
O despertar do ano de 2015 é de sonho para o futebolista Português do Real Madrid, é de novo eleito o melhor do mundo e, com três triunfos, permiti-lhe entrar num clube muito restritivo de apenas quatro nomes: Messi, Cruyff, Platini e Van Basten.

Mesmo com grandes exibições coroadas com golos, muitos golos, nunca é fácil reunir tantos votos, mas Cristiano Ronaldo por três vezes em sete anos, e a segunda consecutiva é o melhor futebolista de 2014. Cristiano Ronaldo deixa para trás Lionel Messi, estes dois jogadores desde 2008 dividem entre si a bola de ouro. “É merecido o prémio para ele”, reação da vedeta Argentina.

“Nunca pensei ganhar três vezes esta bolinha, mas espero não parar por aqui, espero apanhar o Messi já para a próxima época”, declaração de Ronaldo depois da cerimónia em Zurique, Suíça. CR7 e o pequeno Messi são dois monstros do futebol mundial mas muito diferentes na forma de jogar, dividindo os adeptos sobre qual deles é realmente o melhor. Se ao Português reconhecem o mérito de ser um profissional, isto é, trabalhar fisicamente como ninguém e ter o instinto fatal de um grande goleador, o Argentino revela o perfume de um artista circense, capaz de enfeitiçar qualquer um. É esta a essência da bola de ouro, premiar aquele que revela a melhor arte de jogar futebol, conquistando aqueles que têm o direito ao voto: selecionadores, os capitães de cada seleção e um jornalista escolhido por cada Federação inscrita na FIFA.