Era uma vez nas ruas do Bairro do Falcão, na cidade do Porto, onde um gaiato de cabelo loiro e de corpo franzino se destacava dos restantes pelas qualidades de malabarista quando acariciava uma bola de futebol.

Nos torneios camarários, o pequeno jogador dá nas vistas com a camisola da equipa do Bairro onde morava. Aos 11 anos veste a camisola dos Águias da Areosa e inicia-se no campeonato da Associação de Futebol do Porto. Três anos depois assina o primeiro contrato profissional com o Boavista.

O pequeno futebolista logo se destaca dos companheiros, forte quando necessário, nunca fugindo à luta, tinha na velocidade o seu melhor trunfo, no entanto, surpreende o Mundo do Futebol quando no dia 29 de Janeiro de 1989, faz a sua estreia na equipa principal dos «axadrezados», tinha então 17 anos.

Presença assídua nas camadas jovens da seleção nacional, seria o mais novo dos campeões do Mundo de Riade, dois meses depois de ter jogado quatro minutos no principal escalão do futebol português.

A seguir à aventura na Arábia, chega a hora de se afirmar na equipa do Bessa. Para o campeonato nacional 1989/1990, João Pinto joga 760 minutos distribuídos por 11 jogos, marca 4 golos, convencendo Paulo Futre, por esta altura jogador do Atlético Madrid, que aconselha de uma forma vigorosa a sua contratação.

O Boavista tinha agora a chave premiada do Euromilhões, Gil y Gil convence Valentim Loureiro a vender o menino de ouro, a troco de uma soma bastante avultada. O craque português passa a ser uma das mais promissoras estrelas do futebol europeu, no entanto, a permanência na capital espanhola seria curta...