"INVENTA" EQUIPA CAMPEÃ, por Rui Alves

Sérgio Conceição, o futebolista, era rápido, tecnicista, polivalente, espontâneo, incansável. Sérgio Conceição, o treinador, tornou-se um domador, soube implementar os seus métodos e disciplina, formando um grupo coeso e gerindo com distinção algumas polémicas. Foi assim que ganhou um grupo de trabalho que se tornou na maior força do FC Porto

Quando assumiu o cargo de treinador em 2017, o FC Porto, desde que Pinto da Costa assumira a presidência, nunca tinha passado tanto tempo sem ser campeão, desde são os anos do inédito “tetra” do Benfica.

A aposta presidencial é audaz e tal como acontecera com Artur Jorge, Mourinho ou André Villas-Boas, Conceição não tem um grande currículo no banco. Sem dinheiro para reforços, o jovem técnico está limitado aos recursos que tem à sua disposição, repescando jogadores que andavam longe das primeiras opções da equipa portista, como são os exemplos de Marega, Ricardo Pereira ou Aboubakar.

Quando se observa Sérgio Conceição, recorda-se o jogador vibrante, intenso em todas as suas ações e que foi uma das maiores referências da grande geração do futebol português. O treinador Fernando Santos salienta: “que ele nunca se poderia descaracterizar quando passasse para o banco, que nunca poderia perder esse feitio especial que lhe valeu alguns dissabores, mas também muitas conquistas. “

“Ele nunca perderá esse feitio”, acrescenta o selecionador nacional campeão da Europa que apenas o treinou já em final de carreira, no PAOK Salónica. “Aliás, não pode perder, até para o futuro dele como treinador. É muito importante a paixão que o Sérgio tem pelo jogo.”

Sagaz, inventa uma equipa que logo na primeira época, dá um título de campeão ao clube da cidade invicta, deixando o Benfica a sete pontos de diferença.

Além disso, a formação do FC Porto foi a melhor defesa da prova, a mais concretizadora, a que triunfou mais vezes e a que perdeu menos no campeonato de 2017/2018.