GOMES, UM GOLO, UM CAMPEONATO! por Rui Alves

Na época de 1985/86, o Campeonato está ao rubro na última jornada, a equipa portista divide o 1º lugar da classificação com o Benfica. Na jornada anterior, os encarnados em pleno Estádio da Luz, tinham sido derrotados pelo Sporting, os Leões já não venciam à 20 anos no ninho da águia.

A uma vitória de serem campeões, os azuis e brancos só dependem si próprios, mas com uma hora de jogo, o Estádio das Antas está mudo, sensacionalmente a equipa da Covilhã, já relegada para a 2ª divisão, coloca-se na frente do marcador. Os incrédulos adeptos portistas não queriam acreditar naquele resultado, o escândalo, no entanto, só pairou por meros dois minutos.

Tinha chegado a hora do capitão. Fernando Gomes, duas vezes vencedor da bota e ouro, não treme, rapidamente demonstra a arte de um goleador, decidindo quem vai chegar na frente no final do Campeonato, aponta o golo do empate, aquele que direccionava de uma vez por todas a equipa da cidade invicta para o título.

O público emociona-se, afinal a vitória está próxima, mais dois minutos e o avançado portista, quem haveria de ser, marca novo golo, já não existem dúvidas, os adeptos podem ir festejar para Avenida dos Aliados, o FC Porto é o Campeão Nacional de 1986.

O golo de Gomes faz com que o clube portista conquiste pela nona vez, o título de campeão nacional da 1º divisão e o terceiro “bi” da sua história e antecipa a festa do S. João.

O treinador Artur Jorge, discípulo do mítico José Maria Pedroto, iguala o mestre com este triunfo, também ele, comemora o 2º título consecutivo e por fim, mas não menos importante, a vitória frente ao Sporting da Covilhã, dá origem à sensacional campanha do FC Porto na Taça dos Campeões Europeus de 1987.

O mais rico ciclo de ouro dos Dragões não teria acontecido, se o Capitão não tivesse apontado aquele golo fenomenal que valeu um campeonato.