GOLO! por Rui Alves

Áustria/Portugal

A perfeição... é a exigência de um qualquer adepto do futebol em relação ao guarda-redes da sua equipa. Ao guardião da baliza é-lhe imposto que tenha frieza, é obrigado a ser seguro e a ser destemido até à linha de golo.

A imensa pressão imposta àquele que já foi em exclusivo, considerado o número 1, não é para todos, só alguns alcançam a fama que o diga Victor Baía.

São 17 segundos de autêntico terror, terror Austríaco na grande área Portuguesa. As bancadas do Estádio Ernest-Happel em Viena, estão repletas de um público que apoia de uma forma incondicional a formação Austríaca, que tenta a todo o custo, abrir brechas na linha mais recuada da selecção das quinas.

Pelo ar, pelo chão a defesa Lusa tenta proteger a baliza à guarda de Vítor Baía, ultrapassados, os jogadores Portugueses vão ficando no chão, derrotados por um adversário que teimoso, não deixa de atacar, chega mesmo aos 6 metros da última linha da soberania Portuguesa.

A bola que prodigiosamente tinha escapado aos Portugueses, está a poucos segundos de parar com aquela correria louca, a rendição está prestes a acontecer, Herzog remata... e é Golo!

O terror tinha terminado, mas... afinal o golo é Português, confuso?, sim o golo é Português foi marcado por Vítor Baía, ainda mais confuso?

Com um golpe de rins, o guarda-redes Lusitano lança-se no ar e com uma defesa espectacular evita a humilhação nacional perante o olhar do estupefacto avançado austríaco, o guardião da turma das quinas, mantém Portugal numa posição privilegiada para estar presente no Campeonato da Europa de 1996.

O empate no final do encontro serve na perfeição à selecção Portuguesa que está a uma vitória do apuramento e é o que acontece sob uma chuva diluviana no velhinho e lotado Estádio da Luz.

A monumental defesa de Vítor Baía, é ou não, igual a um golo?