GOLO DE PORTUGAL, GOLO DE JOSÉ AUGUSTO por Rui Alves

A lenda dos Magriços tem início na década de 60 do século passado. Os dois clubes de Lisboa são os responsáveis pelo primeiro ciclo de ouro do futebol Português. O Benfica a marcar presença até 1966, em 4 finais da Taça dos Campeões Europeus e o Sporting na final de 1964 da Taça dos Vencedores das Taças dando origem um grupo de jogadores muitos experientes e vitoriosos.

Com tanta abundância de bons jogadores, o brasileiro Otto Glória, treinador da selecção nacional treinou os melhores e soube formar uma equipa das quinas que tem um percurso sensacional na fase de apuramento para o Mundial de 1966, a realizar em Inglaterra.

Incluído num grupo em que a grande favorita é a selecção Checoslovaca (no Mundial anterior, tinha-se classificado em 2º lugar), Portugal faz um arranque que tem tanto de sensacional como de inesperado, 4 jogos 4 vitórias, empata ao 5º jogo no Estádio das Antas, carimbando logo ali o passaporte para terras de Sua Majestade.

Conquistado o apuramento, foram escolhidos 22 jogadores, o Sporting que se tinha sagrado campeão nacional é o clube que mais clubes fornece: oito Carvalho, Fernando Peres, Figueiredo, Lourenço, Hilário, Alexandre Baptista, Morais, José Carlos.

Segue-se o eterno rival do clube de Alvalade, o Benfica que contribui com sete: Germano, Coluna, Simões, José Augusto, Cruz, Torres e Eusébio, do Norte do Pais chegam para o estágio em Vale do Lobo, Américo, Custódio Pinto e Festa do FC Porto, Manuel Duarte do Leixões.

Para o grupo ficar completo do Belenenses deslocam-se José Pereira e Vicente e da cidade de Setúbal, o representante do Vitória, Jaime Graça, entretanto, já contratado pelo Benfica para a temporada seguinte.

A estreia é frente à Hungria, uma das melhores selecções do mundo que mantém intactas as grandes qualidades do famoso futebol magiar, mas que nada pode fazer quando José Augusto logo nos primeiros pontapés do jogo, marca o primeiro golo de Portugal numa fase final do Campeonato do Mudo.