E TUDO EUSÉBIO LEVOU! por Rui Alves

Com apenas 19 anos de idade, o jovem avançado Eusébio entra de imediato na equipa campeã europeia, a sua juventude aliada à capacidade invulgar de controlar a bola em corrida e detentor de um forte pontapé, impressiona todos aqueles que têm o privilégio de o ver marcar golos.

O antigo avançado do Sporting de Lourenço Marques alimenta a sua paixão durante a campanha europeia de 1962. Ao chegar à final de Amesterdão defronta pela primeira vez o seu grande ídolo, o já veterano Di Stéfano. A frescura física, o futebol apoiado da equipa encarnada e a rapidez de um felino chamado Eusébio, seriam os grandes trunfos do clube Português.

Só que o único pentacampeão europeu (entre 1956 e 1960) não estava ainda derrotado. A outra estrela da equipa merengue, o húngaro Puskas, em cinco minutos marca dois golos. A final parecia bem encaminhada para os espanhóis, o Benfica reage e empata o jogo. No entanto, o já bem conhecido Puskas, faz de novo estragos na defesa do campeão europeu e marca o terceiro golo, ainda antes do intervalo.

A 2ª parte fica marcada pelo forte vendaval de Moçambique, o golo do empate surge num pontapé livre depois do avançado encarnado ter sofrido falta, e o que veio a seguir? O despertar da paixão, sentimento poderoso que está na origem dos dois golos apontados por Eusébio.

O ciclone moçambicano podia muito bem chamar-se: E tudo Eusébio levou! e até a camisola do ídolo argentino foi parar ao novo campeão europeu, estes dois magníficos jogadores partilham ainda a mesma história quando dois clubes rivais entraram em concorrência para os contratar.

Di Stéfano, inicialmente apontado ao Barcelona acaba por ser desviado para o Real Madrid e Eusébio assediado pelo Sporting, opta por ir para o rival da 2ª circular.