DEPOIS DA FRUSTRAÇÃO, A VITÓRIA, por Rui Alves

Conquistado o ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, Rosa está de regresso e em 1989 corre em Osaka, no entanto, a atleta foi obrigada a desistir devido a uma arreliadora lesão, foi a primeira vez que tal aconteceu após ter participado em 12 maratonas.

O enorme carinho dos japoneses faz com que atleta voltasse ao Japão.

Apesar da desavença com a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) que argumentava, 48 horas antes da prova, que a maratonista iria correr de forma «ilegal», pela simples razão que a FPA ainda não tinha autorizado a inscrição da atleta.

José Pedrosa, treinador da campeã olímpica, mostra-se indignado: «A FPA, refugiando-se em decretos, legislações e artigos quis impedir a Rosa de correr. Foi uma forma deselegante de perturbá-la.»

Esta contrariedade não impede Rosa Mota de participar na 9ª edição da Maratona de Osaka.

A atleta da Foz assume o comando desde do primeiro minuto. Ao entrar no “Nagai Stadium” a Campeã Olímpica de Seul foi recebida com um enorme ovação e gritos de “Rosa Mota”. Já tinha completado quase uma volta, quando a 2ª classificada, a japonesa Katsuyo Hyodo entrou na pista de tartan.

«Cheguei a ter 400 metros de vantagem, mas, aos 25 Km fortes dores abdominais quase me obrigaram a parar. Senti medo, medo de voltar a desistir, outra vez», confessaria Rosa Mota no final da prova.

Dois meses mais tarde, as divergências seriam ultrapassadas a 30 de março de 1990, por intermédio do ministro Roberto Carneiro, Rosa Mota voltava assim, a inscrever-se na Federação Portuguesa de Atletismo