CORRIDA IMPERIAL por Rui Alves

Na capital do antigo Império Romano, a atleta da Foz persegue mais uma vitória, é impressionante o ritmo de conquistas de pétalas de ouro da pequena Rosa. Para trás, mais precisamente em Novembro de 1986, mais de meio milhão de japoneses estão nas ruas de Tóquio para assistir à vitória da atleta do Porto, voltando a repetir tal façanha, na maratona de Boston.

No mês mais quente do ano e depois da conquista do segundo título consecutivo no Campeonato da Europa, chega a hora do Mundial na cidade eterna.

A quatro dias da prova, Rosa ao seu jeito ressente-se da pressão. É mesmo obrigada a socorrer-se dos antibióticos para debelar uma incomoda infecção, esquecendo-se que esses mesmos antibióticos a podiam enfraquecer.

Foram dias de tempestade que no dia da prova não passavam de más memórias porque, afinal, foi um passeio imperial, a Rosinha da Foz com mais de sete minutos de vantagem sobre a 2ª classificada, vence na mais dura prova dos campeonatos mundiais, passeando a sua classe sempre acompanhada de um alegre sorriso.

Extraordinária corrida da portuguesa, além de ter conquistado o ouro, ficou com o brilho e a glória de um tempo fabuloso, percorreu os cerca de 42 quilómetros em 2.25.21, é a sua segunda melhor marca de sempre na distância, superando em quase três minutos a marca registada, quatro anos antes no Mundial de Helsínquia.

"O percurso era muito bonito, mas muito irregular" - confessaria Rosa Mota.