A 33ª edição da Volta a Portugal foi aproveitada pelo ciclista de Torres Vedras para demonstrar a sua grande superioridade em relação a todos os outros ciclistas do pelotão nacional.

Foi logo na 2ª etapa, percorridos que estavam os 93 quilómetros, entre a cidade do Porto e Guimarães, Joaquim Agostinho, já com a meta à vista, sofre mais uma das suas famosas quedas, mas, mesmo ficando muito maltratado, não permite quaisquer veleidades ao FC Porto onde se destacavam Joaquim Leitão e Mário Silva, nem ao Benfica de Fernando Mendes e Américo Silva.

Na Volta a Portugal de 1969, depois da brilhante prestação na Volta à França, Agostinho tinha sido desclassificado devido ao uso de 'Ritalina' que ele utilizava, sem quaisquer problemas, nas corridas além fronteiras, mas que continha um produto proibido nas corridas nacionais

Joaquim Agostinho, depois da conquista do Nacional de Fundo (terceiro título de uma série de seis consecutivos) e do 14º lugar na Volta à França, a mais de 26 minutos do vencedor Eddie Merkx, apresentava-se na Volta a Portugal como um dos grandes favoritos tendo como principal adversário, o benfiquista Fernando Mendes.

Ao fim de quatro dias de corrida, rebenta o escândalo, Mendes acusa positivo no controlo antidoping e o Benfica decide retirar a equipa da prova rainha do ciclismo Português. Agostinho viria a demonstrar que não precisava dos estimulantes para se impor aos outros corredores. A superioridade é tal que foi um autêntico passeio sobre duas rodas, terminando na frente do pelotão.

É a primeira vitória na Volta a Portugal do "Quim Cambalhotas", tantas eram as quedas.