CAMPEÃO DO MUNDO! por Rui Alves

No dia em que o Papa João Paulo II regressa ao Vaticano depois da visita a Portugal, Barcelos assiste não a um milagre, mas a mais um momento de glória do desporto português, o décimo sexto dia do mês de Maio, a selecção nacional de hóquei em patins conquista o 12º Título de Campeão do Mundo.

Faltavam duas horas para o 161º e último jogo do Mundial de 1982 e o Pavilhão de Barcelos estava já a abarrotar e as entradas não paravam de engolir pessoas ansiosas para gritar: Campeões, Campeões!

A festa anunciada ameaça virar um banho gelado, os Espanhóis tinham inaugurado o marcador e mais uma vez, mas em posições trocadas estava a batalha do quadrado.

Os minutos passavam na edição do Mundial mais longa de sempre, quando chegou a vez dos génios deste pequeno rectângulo à beira do Atlântico, empatam para logo de seguida colocar a Selecção Portuguesa em vantagem e não permitindo quaisquer veleidades a um adversário que se mostrava desorientado e incapaz de vencer a contenda.


A equipa Portuguesa teve artes e engenho para desmantelar aquele quadrado espanhol que defendia a baliza do jogador mais correcto do Mundial, Carlos Trullos, a vontade dos Portugueses supera as dificuldades daquele esquema defensivo com base numa figura geométrica que tinha sido utilizada uns séculos antes por uma nação que se manteve orgulhosa e independente.

Para Júlio Rendeiro, seleccionador nacional, o público foi fundamental para o sucesso da equipa. Ramalhete, Fernando Pereira, José Carlos, Cristiano, Chana, Sobrinho e Leste são os novos heróis dos patins que se juntaram à festa nacional, ... a última tinha sido há oito anos!