A PRIMAVERA DA SELEÇÃO NACIONAL por Rui Alves

As duas vitórias frente à Turquia, coloca Portugal na rota do apuramento para o Campeonato do Mundo de 1966. Para o terceiro jogo e o mais difícil de todos, a selecção das quinas tem pela frente o primeiro dos últimos do Mundial de 1962, a Checoslováquia de Masopust que tinha perdido a final com o Brasil de Garrincha.

No entanto, o dia 25 de Abril de 1965 seria memorável, dramático logo no início do jogo, quando Fernando Mendes, depois uma entrada muito dura de um adversário, é obrigado a abandonar um relvado escorregadio, no tempo em que não existem substituições, obriga a selecção lusa a organizar-se com 10 jogadores que se revelaram magníficos durante mais de 80 minutos. 
Eusébio, foi Eusébio, rematador quando Portugal precisou do golo, a pantera negra não se fez rogada e como um verdadeiro felino avançou mais de quarenta metros com a bola no pé, até, desferir o golpe de misericórdia.

O golo solitário não teria sido suficiente se não existisse um outro herói, quando é sempre injusto destacar jogadores quando uma equipa faz uma demonstração de coragem, de união entre todos. Mas o  número 1 merece entrar no quadro  de honra deste jogo e ele é José Pereira, guarda-redes do Belenenses.

O voo elegante feito para defender a mais que controversa grande penalidade (o próprio presidente da Federação da Checoslováquia declara no final do encontro, que a arbitragem tinha prejudicado os portugueses), é o grande momento de uma exibição segura e autoritária do pássaro azul como é conhecido para a zona de Belém.

A vitória conquistada pela equipa de todos nós faz com que a Federação Portuguesa de Futebol decida recompensar o enorme esforço e a extraordinária dedicação dos jogadores, subindo o prémio da vitória de oito para 15 mil escudos (cerca de 5.000 €).