A NOVA ERA DO AUTOMOBILISMO PORTUGUÊS, por Rui Alves

O sonho da construção do Autódromo do Estoril desperta em Outubro de 1966 e as obras iniciam-se em agosto do ano seguinte.

Tudo começara quando veio a Lisboa o arquiteto brasileiro Ayrton Cornelson que já tinha realizado outros projetos de Autódromos no Brasil e se propunha construir mais um, desta vez em Portugal.

Após muitas diligências, foi o entusiasmo revelado pela empresária responsável pela primeira cidade turística de Portugal Fernanda Pires da Silva, que já participara na construção dos autódromos internacionais de Brasília e do Rio de Janeiro, que ao criar a Autodril – Sociedade do Autódromo do Estoril, empresa que iria ter a responsabilidade de arrancar com as obras.


O Autódromo, integrado num ambicioso empreendimento turístico-desportivo de enorme dimensão, garantiria a rentabilidade na exploração do circuito.

O projeto incluía um drive-in, clube de lazer, aldeia olímpica, pavilhões para exposições, hotel, restaurantes, bares, campos de ténis, lojas, escritórios e um museu do automóvel. No entanto, quase nada sairia do papel para além do próprio autódromo.

Nas primeiras seis corridas do Circuito do Estoril, triunfaram três concorrentes portugueses e três estrangeiros: Carlos Santos (BMW 2002) em Turismo de Série, Mário Araújo Cabral (BMW 2800) em Turismo Especial, Carlos Gaspar (Lola T/280) em Grande Turismo e Desporto, o austríaco Walter Raus (BP Kaimann) em Fórmula V, o holandês Roelpf Winderink (Lotus 61) em Fórmula Ford e o francês Michel Leclerc (Alpine) em Fórmula 3.

Embora inaugurado a 17 de Junho de 1972, o Autódromo não estava concluído, pelo que as obras iriam prosseguir. Sem dúvida, o automobilismo português tinha entrado numa nova era.