ZURITA DE OLIVEIRA por João Carlos Callixto
4 Jan 1960 - "O Namoro da Vovó"
Hoje o “Gramofone” recua quase sessenta anos. Estamos em 1960 e os holofotes incidem sobre Zurita de Oliveira, meia-irmã do actor Camilo de Oliveira. Neta de Júlia Arjona, também conhecida como Julieta Rentini e dona da companhia teatral com o mesmo nome, o meio artístico estava-lhe portanto no sangue.
Em meados da década de 50, Zurita grava alguns discos de 78 rpm na editora Estoril, do empresário Manuel Simões. Com acompanhamento de Belo Marques, aí se incluem composições deste maestro ou de João Aleixo, também maestro e marido da sua prima Leónia Mendes. Esta última foi aliás uma das presenças no filme “O Cantor e a Bailarina”, do realizador Armando de Miranda, onde Zurita participou ao lado de outros cantores, como o então casal Domingos Marques e Maria Adelina.
Estávamos em 1960, ano deste momento hoje recordado e captado ao vivo no Coliseu dos Recreios para o programa “Vozes de Portugal”. “O Namoro da Vovó”, da dupla brasileira Ivo Santos e Raul Sampaio, tinha sido publicada com sucesso em 1955 por Orlando Silva, o “cantor das multidões”. Zurita não a chega a gravar em disco, mas vê editado nesse mesmo ano o seu trabalho mais significativo e que lhe granjeia um justo lugar na História da nossa Música.
Refiro-me a “O Bonitão do Rock”, uma composição com letra e música da própria cantora. Neste ano em que é publicado o primeiro disco associado às novas linguagens juvenis – o EP “Caloiros da Canção 1”, de Daniel Bacelar e dos Conchas – e apesar da quase ingenuidade da letra, que retrata uma paixoneta juvenil por um músico de rock, esse crédito autoral não é de forma nenhuma um factor de somenos. Durante a década de 60, a presença de mulheres como solistas no âmbito das linguagens rock era praticamente inexistente e como compositoras o cenário era nulo – seria preciso esperar pela geração de 80s para que as coisas mudassem.
No entanto, o pioneirismo não valeu uma carreira de sucesso a Zurita de Oliveira, que nos deixou em 2015. Como intérprete, não voltaria aliás a gravar, surgindo o seu nome ao longo da década de 60 como autora de vários fados para Ada de Castro. Mas esses são outros namoros: hoje, voltamos ao da vovó!
Em meados da década de 50, Zurita grava alguns discos de 78 rpm na editora Estoril, do empresário Manuel Simões. Com acompanhamento de Belo Marques, aí se incluem composições deste maestro ou de João Aleixo, também maestro e marido da sua prima Leónia Mendes. Esta última foi aliás uma das presenças no filme “O Cantor e a Bailarina”, do realizador Armando de Miranda, onde Zurita participou ao lado de outros cantores, como o então casal Domingos Marques e Maria Adelina.
Estávamos em 1960, ano deste momento hoje recordado e captado ao vivo no Coliseu dos Recreios para o programa “Vozes de Portugal”. “O Namoro da Vovó”, da dupla brasileira Ivo Santos e Raul Sampaio, tinha sido publicada com sucesso em 1955 por Orlando Silva, o “cantor das multidões”. Zurita não a chega a gravar em disco, mas vê editado nesse mesmo ano o seu trabalho mais significativo e que lhe granjeia um justo lugar na História da nossa Música.
Refiro-me a “O Bonitão do Rock”, uma composição com letra e música da própria cantora. Neste ano em que é publicado o primeiro disco associado às novas linguagens juvenis – o EP “Caloiros da Canção 1”, de Daniel Bacelar e dos Conchas – e apesar da quase ingenuidade da letra, que retrata uma paixoneta juvenil por um músico de rock, esse crédito autoral não é de forma nenhuma um factor de somenos. Durante a década de 60, a presença de mulheres como solistas no âmbito das linguagens rock era praticamente inexistente e como compositoras o cenário era nulo – seria preciso esperar pela geração de 80s para que as coisas mudassem.
No entanto, o pioneirismo não valeu uma carreira de sucesso a Zurita de Oliveira, que nos deixou em 2015. Como intérprete, não voltaria aliás a gravar, surgindo o seu nome ao longo da década de 60 como autora de vários fados para Ada de Castro. Mas esses são outros namoros: hoje, voltamos ao da vovó!