VUM VUM por João Carlos Callixto
28 Jun 1971 - "Monami Zeca"
Vamos hoje até Angola, onde no início do Verão de 1971 o jornalista Rui Romano capta para o programa da RTP “Portugal Além Fronteiras” a voz e o talento do músico Vum Vum. Nascido Manuel Rosário das Neves, em 1943, no Dondo, começa por se destacar ainda em criança no programa “Cazumbi”, do promotor Luís Montez.
Vindo para Lisboa em 1968, assina contrato com a Valentim de Carvalho, que em 1969 lhe publica o primeiro disco. “Muzangola”, um EP, trazia Angola mas trazia também funk e outras músicas negras, contando com colaborações como as do guitarrista Fernando Pinto (do Conjunto de Jorge Machado), do baixista Luís Duarte (então a começar a carreira) ou do também angolano Teta Lando.
A nossa música de hoje, “Monami Zeca” - “O Meu Filho Zeca” - fazia parte desse disco mas estava associada ao reportório dos históricos N'Gola Ritmos, que a tinham já gravado. Surge por isso creditada a Fontinhas (Euclides Fontes Pereira), um dos membros do grupo, apesar de se r um tema do folclore de Angola.
No momento captado pela RTP, dois outros músicos acompanham Vum Vum: de um lado, Wilson Vasconcelos, que gravou com a cantora Lilly Tchiumba e que mais tarde se estabeleceu em Paris; por outro, Luís N'Gambi, que fizera parte dos Rocks, de Eduardo Nascimento, e que alguns anos depois, no Brasil, gravaria ao lado de Paula Ribas, sua mulher, um histórico álbum de versões de José Afonso, além de ter também integrado “Monami” no seu LP a solo “Angola”, de 1981.
Quanto a Vum Vum, durante a década de 70 escreve originais para o Duo Ouro Negro (“N'Vula”, em parceria com Milo MacMahon, que é incluído no álbum “Blackground”, de 1971) ou para António Calvário (“Vem Meu Bom Amigo”, em 1975) e dirige em 1976 o segundo disco a solo do também angolano Jair, ex-membro dos Gambuzinos, e onde marcava presença Rão Kyao. A solo, grava o tema “Eusébio Miúdo e Senhor”, para a banda sonora do filme de 1974 dedicado ao futebolista, e, na segunda metade da década de 70, os álbuns “Salalé” e “Brasil”. No primeiro, marcadamente rock, encontramos músicos como Lopes Júnior (ex-Ekos), Alfredo Azinheira (ex-Chinchilas) ou Necas (que depois integraria a banda de Lena d'Água).
Em 1988, Vum Vum estabelece-se na Alemanha, onde edita sete anos depois um bem recebido álbum, a que chama mais uma vez “Muzangola”. Agora, de novo em terras africanas, a sua música merece ser ainda mais bem conhecida e justamente trazida ao presente. Como a deste momento, em 1971.
Vindo para Lisboa em 1968, assina contrato com a Valentim de Carvalho, que em 1969 lhe publica o primeiro disco. “Muzangola”, um EP, trazia Angola mas trazia também funk e outras músicas negras, contando com colaborações como as do guitarrista Fernando Pinto (do Conjunto de Jorge Machado), do baixista Luís Duarte (então a começar a carreira) ou do também angolano Teta Lando.
A nossa música de hoje, “Monami Zeca” - “O Meu Filho Zeca” - fazia parte desse disco mas estava associada ao reportório dos históricos N'Gola Ritmos, que a tinham já gravado. Surge por isso creditada a Fontinhas (Euclides Fontes Pereira), um dos membros do grupo, apesar de se r um tema do folclore de Angola.
No momento captado pela RTP, dois outros músicos acompanham Vum Vum: de um lado, Wilson Vasconcelos, que gravou com a cantora Lilly Tchiumba e que mais tarde se estabeleceu em Paris; por outro, Luís N'Gambi, que fizera parte dos Rocks, de Eduardo Nascimento, e que alguns anos depois, no Brasil, gravaria ao lado de Paula Ribas, sua mulher, um histórico álbum de versões de José Afonso, além de ter também integrado “Monami” no seu LP a solo “Angola”, de 1981.
Quanto a Vum Vum, durante a década de 70 escreve originais para o Duo Ouro Negro (“N'Vula”, em parceria com Milo MacMahon, que é incluído no álbum “Blackground”, de 1971) ou para António Calvário (“Vem Meu Bom Amigo”, em 1975) e dirige em 1976 o segundo disco a solo do também angolano Jair, ex-membro dos Gambuzinos, e onde marcava presença Rão Kyao. A solo, grava o tema “Eusébio Miúdo e Senhor”, para a banda sonora do filme de 1974 dedicado ao futebolista, e, na segunda metade da década de 70, os álbuns “Salalé” e “Brasil”. No primeiro, marcadamente rock, encontramos músicos como Lopes Júnior (ex-Ekos), Alfredo Azinheira (ex-Chinchilas) ou Necas (que depois integraria a banda de Lena d'Água).
Em 1988, Vum Vum estabelece-se na Alemanha, onde edita sete anos depois um bem recebido álbum, a que chama mais uma vez “Muzangola”. Agora, de novo em terras africanas, a sua música merece ser ainda mais bem conhecida e justamente trazida ao presente. Como a deste momento, em 1971.