VERÓNICA por João Carlos Callixto
3 Set 1978 - "Arrastão"
O panorama musical em Portugal nos anos 60 e 70 revelou muitas vozes que na época alcançaram popularidade mas que a voragem do tempo fez esquecer. Verónica, nome artístico de Maria Olímpia de Oliveira Cosme, é um desses casos, com uma carreira que, com intervalos pontuais, chegaria às décadas de 80 e 90 – embora já mais afastada dos meandros discográficos. Filha de José de Oliveira Cosme, um dos nomes mais celebrados dos primeiros tempos da rádio em Portugal e autor dos famosos diálogos do "Menino Tonecas", Verónica chegou a cantar em criança ainda com o nome de Mimi Cosme. Já na década de 1960, surge como Jesuína na rábula "A Vida É Assim", gravando quatro canções da mesma num EP para a Alvorada, em 1964.
A partir de 1967, com a assinatura de um contrato com a nova editora Tecla, do maestro Jorge Costa Pinto, o nome de Verónica passa a ser conhecido da generalidade do público nacional. O primeiro disco, em que se destacava uma versão da canção do filme “Un Homme et une Femme”, de Pierre Barouh, feita pela própria cantora, foi também o único desta em que a direcção de orquestra não coube a Jorge Machado (com quem Verónica casaria) mas ao próprio Jorge Costa Pinto.
O ano de 1968 traz dois novos discos e uma nova casa editora: a Valentim de Carvalho. Destacam-se em ambos as letras de António José, como “A Noite de Ontem” (com música de Jorge Machado) ou “Patinho Resmungão”. Esta última, com música de Nuno Nazareth Fernandes (que no ano anterior tinha ganho o Festival RTP da Canção como compositor de “O Vento Mudou” e que em 1969 e 1971 voltaria a ganhar com “Desfolhada” e “Menina do Alto da Serra”, acabaria por ser uma das canções mais recordadas do percurso de Verónica.
A Marfer seria a nova editora no percurso da nossa cantora, com a gravação de um EP para esse selo espanhol em 1969. Curiosamente, tendo Verónica sido sondada para interpretar “Desfolhada” no Festival da Canção desse ano, a sua versão é registada nesse disco, juntamente com “Vento do Norte” (que Maria da Fé defendera no certame). As duas outras canções do disco, “Canção da Tarde” e “Canto Triste”, têm ambas letras de Joaquim Pedro Gonçalves (que em 1970 escreveria a de “Onde Vais Rio Que Eu Canto”, com que Sérgio Borges vence o Festival da Canção) e música da própria Verónica. Ao longo dos anos, aliás, vários seriam os originais de sua autoria a chegarem a grandes vozes da nossa canção, desde António Calvário a Simone de Oliveira ou de Artur Garcia a Vasco Rafael e Lenita Gentil.
Regressado às edições discográficas apenas em 1974, Verónica é também autora da quase totalidade das canções que regista em dois singles para a Vadeca. No primeiro deles, encontramos "Canção por Todos Vós", que defende no Festival da Canção de 1974 mas que acaba por se classificar em último lugar ex-aequo com as prestações de Artur Garcia e Fernanda Farri. Pouco depois, encontramo-la em palco com o musical “Godspell”, ao lado de vozes como as de Carlos Quintas, Joel Branco, Rita Ribeiro ou Vera Mónica, cabendo ao Quarteto 1111 o acompanhamento musical. Na bateria, estava Vítor Mamede, que é também quem surge ao lado de Verónica neste momento captado ao vivo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, num espectáculo de angariação de fundos para o Sindicato das Artes e Espectáculos. Nos músicos acompanhantes, estão de novo Jorge Machado (piano) e ainda Thilo Krasmann (no baixo). A canção, que Verónica nunca chegou a gravar em disco, tem letra de Vinicius de Moraes e música de Edu Lobo, e tinha sido com ela que Elis Regina ganhara o 1.º Festival de Música Popular Brasileira, em 1965.
Entre gravações para discos infantis e a escrita de canções para outros, Verónica regista apenas mais um disco a solo – o single “Voo Razante”, em 1979, com dois originais de Fernando Guerra. Em 1983, a sua participação na versão portuguesa do musical “Annie” chega também a disco – e aí participam ainda a sua filha Sara Machado, que registara alguns discos a solo, e os então jovens actores José Raposo e Maria João Abreu. Já nos anos 90, seria através de Filipe La Féria que Verónica volta aos palcos, em “A Rosa Tatuada”.
A partir de 1967, com a assinatura de um contrato com a nova editora Tecla, do maestro Jorge Costa Pinto, o nome de Verónica passa a ser conhecido da generalidade do público nacional. O primeiro disco, em que se destacava uma versão da canção do filme “Un Homme et une Femme”, de Pierre Barouh, feita pela própria cantora, foi também o único desta em que a direcção de orquestra não coube a Jorge Machado (com quem Verónica casaria) mas ao próprio Jorge Costa Pinto.
O ano de 1968 traz dois novos discos e uma nova casa editora: a Valentim de Carvalho. Destacam-se em ambos as letras de António José, como “A Noite de Ontem” (com música de Jorge Machado) ou “Patinho Resmungão”. Esta última, com música de Nuno Nazareth Fernandes (que no ano anterior tinha ganho o Festival RTP da Canção como compositor de “O Vento Mudou” e que em 1969 e 1971 voltaria a ganhar com “Desfolhada” e “Menina do Alto da Serra”, acabaria por ser uma das canções mais recordadas do percurso de Verónica.
A Marfer seria a nova editora no percurso da nossa cantora, com a gravação de um EP para esse selo espanhol em 1969. Curiosamente, tendo Verónica sido sondada para interpretar “Desfolhada” no Festival da Canção desse ano, a sua versão é registada nesse disco, juntamente com “Vento do Norte” (que Maria da Fé defendera no certame). As duas outras canções do disco, “Canção da Tarde” e “Canto Triste”, têm ambas letras de Joaquim Pedro Gonçalves (que em 1970 escreveria a de “Onde Vais Rio Que Eu Canto”, com que Sérgio Borges vence o Festival da Canção) e música da própria Verónica. Ao longo dos anos, aliás, vários seriam os originais de sua autoria a chegarem a grandes vozes da nossa canção, desde António Calvário a Simone de Oliveira ou de Artur Garcia a Vasco Rafael e Lenita Gentil.
Regressado às edições discográficas apenas em 1974, Verónica é também autora da quase totalidade das canções que regista em dois singles para a Vadeca. No primeiro deles, encontramos "Canção por Todos Vós", que defende no Festival da Canção de 1974 mas que acaba por se classificar em último lugar ex-aequo com as prestações de Artur Garcia e Fernanda Farri. Pouco depois, encontramo-la em palco com o musical “Godspell”, ao lado de vozes como as de Carlos Quintas, Joel Branco, Rita Ribeiro ou Vera Mónica, cabendo ao Quarteto 1111 o acompanhamento musical. Na bateria, estava Vítor Mamede, que é também quem surge ao lado de Verónica neste momento captado ao vivo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, num espectáculo de angariação de fundos para o Sindicato das Artes e Espectáculos. Nos músicos acompanhantes, estão de novo Jorge Machado (piano) e ainda Thilo Krasmann (no baixo). A canção, que Verónica nunca chegou a gravar em disco, tem letra de Vinicius de Moraes e música de Edu Lobo, e tinha sido com ela que Elis Regina ganhara o 1.º Festival de Música Popular Brasileira, em 1965.
Entre gravações para discos infantis e a escrita de canções para outros, Verónica regista apenas mais um disco a solo – o single “Voo Razante”, em 1979, com dois originais de Fernando Guerra. Em 1983, a sua participação na versão portuguesa do musical “Annie” chega também a disco – e aí participam ainda a sua filha Sara Machado, que registara alguns discos a solo, e os então jovens actores José Raposo e Maria João Abreu. Já nos anos 90, seria através de Filipe La Féria que Verónica volta aos palcos, em “A Rosa Tatuada”.