VALÉRIO SILVA por João Carlos Callixto
24 Fev 1969 - “Sol da Manhã”
Dono de uma carreira na música com mais de duas décadas, Valério Silva nasceu na Madeira e aí deu os seus primeiros passos nesta arte. Logo no início da década de 1960, foi vocalista do Conjunto de Tony Amaral, por onde mais de dez anos antes tinha passado o popular Max. Em meados de 60, encontramo-lo à frente dos Dinâmicos, um conjunto formado maioritariamente por madeirenses mas que rapidamente viria para o continente. Com Gualberto Fagundes (depois substituído por Necas, mais tarde dos Ferro & Fogo), Luís Correia, Alfredo e José Carlos Martins, o grupo grava em 1966 dois discos, onde se juntam quatro canções originais e quatro versões (incluindo “Goldfinger”, do filme homónimo; “Yesterday”, dos Beatles; e “Aline”, do francês Christophe).
O fim do grupo traz o início do percurso a solo de Valério Silva, que em 1967 se apresenta no Festival Luso-Galaico da Canção do Minho (com “A Estrada do Amor”) e no Festival RTP da Canção (com “Amor Tens de Voltar”, que não chega à final neste primeiro ano de eliminatórias). Esses dois primeiros discos são editados pelo selo catalão Belter, mas em 1969 é na Alvorada, da Rádio Triunfo, que encontramos Valério Silva. Nesta editora publica três discos em nome próprio e ainda um EP colectivo em que surge precisamente este “Sol da Manhã” com que se classifica em 3.º lugar no Festival RTP da Canção que deu a vitória a Simone e à “Desfolhada”.
Em 1970, o cantor grava “Sou Barco”, com música de Luís Cília sob poema de António Borges Coelho, e que tinha sido cantado por Adriano Correia de Oliveira. Curiosamente, no disco não surgem os nomes dos autores, numa clara tentativa por parte da editora Rádio Triunfo de evitar problemas ao referir um músico e um historiador que não eram propriamente benquistos pelo regime de então. Pouco depois, Valério Silva participa no Festival da Canção Latina, no México, onde leva “Anda, Canção!” (letra de Carlos Portugal e música de Pedro Osório).
A editora RCA é a sua próxima paragem, aí gravando o EP “A Cidade e a Montanha”, ao lado de José Cid e de alguns dos músicos do Quarteto 1111, ao qual se sucedem dois singles editados em 1972 pela Riso & Ritmo, com uma versão de “Joy to the World” (de Hoyt Axton) ou de “I Only Want to Say” (do musical “Jesus Christ Superstar”). O ano seguinte traz um conjunto de trabalhos gravado ao lado de Jorge Palma, que como orquestrador e escritor de canções dava então os primeiros passos. “Apenas Pensador” e “Adeus (Não É Tarde Demais)” (esta última com letra de João Gentil) são dois originais do cantautor que vêem a divulgação proibida na Emissora Nacional, numa altura em que Valério Silva colaborava ainda como produtor na sua editora de então – o selo Estúdio, de Emílio Mateus. Assim, entre o rock do Duo Perspectiva ou a angolana Lilly Tchiumba, ficava patente a diversidade de registos que o cantor também reflectia no seu percurso em nome próprio.
Após a participação no 2.º Festival Internacional da Canção dos Dois Mundos, em 1973, com “Canção d'Amigo” (letra de Maria de Lourdes de Carvalho), Valério Silva estabelece-se no Brasil, regressando só em 1978 aos discos com “Canção de Paz e Amor”. Produzido por António Sala, seria também com autoria do popular cantor e radialista que Valério volta ao Festival RTP da Canção, no ano de 1979, com “Canção do Realejo”. A década de 1980 veria o final do seu percurso na Música, mas não sem registar ainda mais três discos até 1986, com originais de Gonzaga Coutinho, de Luís Maduro e do madeirense Luís Filipe.
O fim do grupo traz o início do percurso a solo de Valério Silva, que em 1967 se apresenta no Festival Luso-Galaico da Canção do Minho (com “A Estrada do Amor”) e no Festival RTP da Canção (com “Amor Tens de Voltar”, que não chega à final neste primeiro ano de eliminatórias). Esses dois primeiros discos são editados pelo selo catalão Belter, mas em 1969 é na Alvorada, da Rádio Triunfo, que encontramos Valério Silva. Nesta editora publica três discos em nome próprio e ainda um EP colectivo em que surge precisamente este “Sol da Manhã” com que se classifica em 3.º lugar no Festival RTP da Canção que deu a vitória a Simone e à “Desfolhada”.
Em 1970, o cantor grava “Sou Barco”, com música de Luís Cília sob poema de António Borges Coelho, e que tinha sido cantado por Adriano Correia de Oliveira. Curiosamente, no disco não surgem os nomes dos autores, numa clara tentativa por parte da editora Rádio Triunfo de evitar problemas ao referir um músico e um historiador que não eram propriamente benquistos pelo regime de então. Pouco depois, Valério Silva participa no Festival da Canção Latina, no México, onde leva “Anda, Canção!” (letra de Carlos Portugal e música de Pedro Osório).
A editora RCA é a sua próxima paragem, aí gravando o EP “A Cidade e a Montanha”, ao lado de José Cid e de alguns dos músicos do Quarteto 1111, ao qual se sucedem dois singles editados em 1972 pela Riso & Ritmo, com uma versão de “Joy to the World” (de Hoyt Axton) ou de “I Only Want to Say” (do musical “Jesus Christ Superstar”). O ano seguinte traz um conjunto de trabalhos gravado ao lado de Jorge Palma, que como orquestrador e escritor de canções dava então os primeiros passos. “Apenas Pensador” e “Adeus (Não É Tarde Demais)” (esta última com letra de João Gentil) são dois originais do cantautor que vêem a divulgação proibida na Emissora Nacional, numa altura em que Valério Silva colaborava ainda como produtor na sua editora de então – o selo Estúdio, de Emílio Mateus. Assim, entre o rock do Duo Perspectiva ou a angolana Lilly Tchiumba, ficava patente a diversidade de registos que o cantor também reflectia no seu percurso em nome próprio.
Após a participação no 2.º Festival Internacional da Canção dos Dois Mundos, em 1973, com “Canção d'Amigo” (letra de Maria de Lourdes de Carvalho), Valério Silva estabelece-se no Brasil, regressando só em 1978 aos discos com “Canção de Paz e Amor”. Produzido por António Sala, seria também com autoria do popular cantor e radialista que Valério volta ao Festival RTP da Canção, no ano de 1979, com “Canção do Realejo”. A década de 1980 veria o final do seu percurso na Música, mas não sem registar ainda mais três discos até 1986, com originais de Gonzaga Coutinho, de Luís Maduro e do madeirense Luís Filipe.