TRABALHADORES DO COMÉRCIO, por João Carlos Callixto
16 Jan 1983 - "Taquetinho ou Lebas no Fucinho"
Entre a leva de grupos rock a despontar logo em 1980, nenhum terá sido tão divertido como os Trabalhadores do Comércio. No entanto, com a componente do humor a ter sempre um papel preponderante nas suas canções, este não era apenas “mais um grupo” de jovens recém-chegados ao género. É verdade que no seu seio militava um “puto”, João Luís Médicis, então com 8 anos (o que já era de todo invulgar), mas os outros dois membros principais, Sérgio Castro e Álvaro Azevedo, eram já “veteranos” da cena rock nacional. Ambos integravam os populares Arte & Ofício e Azevedo tinha sido antes baterista dos históricos Pop Five Music Incorporated, que em 1969 assinaram “A Peça”, o primeiro álbum de estúdio de um grupo nacional de rock.
Formados precisamente como um grupo paralelo dos Arte & Ofício e com o objectivo também de cantar em português, a popularidade dos Trabalhadores do Comércio viria a ditar (ainda que não logo) o fim dos primeiros. Logo em 1980, o grupo faz publicar três singles: “Lima 5 / Que Me Dizes ao Cuncurso?”, “Chamem a Pulícia / Sou um Gajo do Porto” e “A Cançom Quiu Abô Minsinoue / A Chabala do Meu Curaçom”. Os dois primeiros foram editados pelo selo RPE, dos Estúdios Rádio Produções Europa (futuro Angel Studio), e o segundo pelo selo Gira, onde estavam também os próprios Arte & Ofício. Em 1981, no entanto já encontramos os Trabalhadores na multinacional PolyGram, que lhes publica o álbum de estreia, “Trip's à Moda do Porto” - com o A da palavra “Tripas” riscado na capa, estendendo assim o humor a todos os quadrantes da obra do grupo.
Brincando com o sotaque e com as vivências portuenses de uma forma muito própria, o grupo apresenta logo novo conjunto de canções em 1982, com o álbum “Nabraza”. É dele que faz parte este "Taquetinho ou Lebas no Fucinho", que tanto se ouviu e cantou na altura, com lastro até aos dias de hoje. O disco tinha ainda canções como “Haxixa na Braza” ou “De Manhã Eu Bou ó Pom”, esta última sempre presença assídua no repertório de um concerto do grupo. Após uma pausa de mais de três anos nas gravações, é com o Festival RTP da Canção que chega nova edição discográfica, desta vez em single. “Os Tigres de Bengala S.F.R.”, o original que levam ao concurso, classifica-se em 2.º lugar ex-aequo com os açorianos Rimanço, nesse ano em que a vitória sorriria a Dora e “Não Sejas Mau p’ra Mim”. Ainda em 1986, sai novo álbum, “Mais um Membro p'rá Europa”, celebrando à moda dos Trabalhadores a entrada de Portugal na então CEE.
A década de 90 abria com “Sermões a Todo o Rebanho”, de novo editado pela PolyGram, e que confirmava o lugar maior do grupo numa linhagem pop rock que se estendia já aos Ena Pá 2000, de Manuel João Vieira. Com concertos sempre que solicitados, o grupo publicou em 2007 “Iblussom”, um álbum duplo, com o primeiro disco a apresentar material original e o segundo uma colectânea. Em 2011, o livro-CD "Das Turmêntas Hà Boua Isperansa" trazia uma detalhada história do grupo e canções novas como “Gladiador” ou “Hino à Desanexassom”. Hoje em dia, estão ainda no grupo Miguel Cerqueira (baixo), Jorge Filipe Santos e Pony (guitarras), Daniel Tércio (bateria) e as vozes de Daniela Costa e Diana Basto, mantendo a alma rock portuense bem acesa!
Formados precisamente como um grupo paralelo dos Arte & Ofício e com o objectivo também de cantar em português, a popularidade dos Trabalhadores do Comércio viria a ditar (ainda que não logo) o fim dos primeiros. Logo em 1980, o grupo faz publicar três singles: “Lima 5 / Que Me Dizes ao Cuncurso?”, “Chamem a Pulícia / Sou um Gajo do Porto” e “A Cançom Quiu Abô Minsinoue / A Chabala do Meu Curaçom”. Os dois primeiros foram editados pelo selo RPE, dos Estúdios Rádio Produções Europa (futuro Angel Studio), e o segundo pelo selo Gira, onde estavam também os próprios Arte & Ofício. Em 1981, no entanto já encontramos os Trabalhadores na multinacional PolyGram, que lhes publica o álbum de estreia, “Trip's à Moda do Porto” - com o A da palavra “Tripas” riscado na capa, estendendo assim o humor a todos os quadrantes da obra do grupo.
Brincando com o sotaque e com as vivências portuenses de uma forma muito própria, o grupo apresenta logo novo conjunto de canções em 1982, com o álbum “Nabraza”. É dele que faz parte este "Taquetinho ou Lebas no Fucinho", que tanto se ouviu e cantou na altura, com lastro até aos dias de hoje. O disco tinha ainda canções como “Haxixa na Braza” ou “De Manhã Eu Bou ó Pom”, esta última sempre presença assídua no repertório de um concerto do grupo. Após uma pausa de mais de três anos nas gravações, é com o Festival RTP da Canção que chega nova edição discográfica, desta vez em single. “Os Tigres de Bengala S.F.R.”, o original que levam ao concurso, classifica-se em 2.º lugar ex-aequo com os açorianos Rimanço, nesse ano em que a vitória sorriria a Dora e “Não Sejas Mau p’ra Mim”. Ainda em 1986, sai novo álbum, “Mais um Membro p'rá Europa”, celebrando à moda dos Trabalhadores a entrada de Portugal na então CEE.
A década de 90 abria com “Sermões a Todo o Rebanho”, de novo editado pela PolyGram, e que confirmava o lugar maior do grupo numa linhagem pop rock que se estendia já aos Ena Pá 2000, de Manuel João Vieira. Com concertos sempre que solicitados, o grupo publicou em 2007 “Iblussom”, um álbum duplo, com o primeiro disco a apresentar material original e o segundo uma colectânea. Em 2011, o livro-CD "Das Turmêntas Hà Boua Isperansa" trazia uma detalhada história do grupo e canções novas como “Gladiador” ou “Hino à Desanexassom”. Hoje em dia, estão ainda no grupo Miguel Cerqueira (baixo), Jorge Filipe Santos e Pony (guitarras), Daniel Tércio (bateria) e as vozes de Daniela Costa e Diana Basto, mantendo a alma rock portuense bem acesa!