TOZÉ BRITO por João Carlos Callixto
8 Mai 1988 - “Já Se Faz Tarde, Vai”
Tozé Brito é sem dúvida um dos nomes mais reconhecidos no panorama musical nacional, tanto na sua vertente de compositor como também nas de intérprete e editor discográfico. Mais recentemente tem sido dirigente na Sociedade Portuguesa de Autores, nunca abandonando no entanto por completo a sua carreira ligada à Música. No final de 2021 foi aliás publicada a colectânea “Tozé Brito (De) Novo”, idealizada pela radialista e sua mulher Inês Meneses, e onde se juntam uma série de vozes da nova geração a recriar clássicos do percurso deste escritor de canções nascido no Porto em 1951.
Foi também no Porto que Tozé Brito deu os seus primeiros passos musicais, ainda em grupo. Depois de integrar projectos de curta duração e sem lastro discográfico, foi com apenas 17 anos que viu publicada em disco a sua primeira canção, “You’ll See”. Seria como baixista dos Pop Five Music Incorporated e no primeiro EP do grupo, publicado pelo selo Orfeu em 1968. No ano seguinte, o grupo grava “A Peça”, constituído por versões de canções internacionais bem diversificadas (dos Beatles aos Traffic, de Jimi Hendrix a Ray Charles) e que seria o primeiro álbum de estúdio do pop rock nacional. Mudando-se para a Linha de Cascais pouco depois, integra então o Quarteto 1111 a partir de 1970, começando aí a sua parceria de escrita com José Cid – de que o enorme sucesso “Vinte Anos” é ainda hoje a face mais visível.
Tozé Brito estreia-se em nome próprio há precisamente cinquenta anos, em 1972. Logo no início desse ano, foi publicado o seu primeiro disco, o EP “Liberdade”, em que quase todo o Quarteto 1111 participa. Uma das canções, “Amanhã Vou Dormir o Dia Inteiro”, foi então proibida de emitir na Emissora Nacional, tal como veio a acontecer com “Um Dia” – outro original de Tozé Brito, então gravado pelo cantor Manuel Vargas. Este último seria aliás uma das vozes presentes no Festival RTP da Canção de 1972 ao lado do próprio Tozé Brito, que aí defende “Se Quiseres Ouvir Cantar, classificando-se em 5.º lugar nesse ano da vitória de Carlos Mendes com “A Festa da Vida”.
“Já Se Faz Tarde, Vai”, com letra e música do próprio cantor, foi originalmente editada em 1975, como lado B do seu single “Palhaços”. As imagens aqui são de treze anos depois, quando Tozé Brito foi convidado de Simone de Oliveira no programa “Piano-Bar”. Pelo meio, em 1980, tinha ficado uma nova gravação da canção no álbum “Cantar de Amigos”, partilhado com Paulo de Carvalho. Em nome próprio, e entre a escrita de canções para os Gemini (a que pertenceu) e às Doce (que ajudou a criar), Tozé Brito gravou dois álbuns na década de 1980: “Adeus, Até ao Meu Regresso (Apenas Oito Canções de Amor)”, em 1982, e “As Noites Íntimas de um Hotel com Estrelas - Imagens Sonoras”, em 1986. Ambos de certa forma conceptuais, este último é ainda uma pouco conhecida surpresa no percurso de Tozé Brito, especialmente pelos ambientes sonoros criados. Em 2018, “A Memória do Amor” celebrou os cinquenta anos do primeiro disco com os Pop Five, revisitando a obra de Tozé Brito maioritariamente através da sua própria voz. Como diz um dos seus maiores sucessos, entregue a Victor Espadinha, “Recordar É Viver”...
Foi também no Porto que Tozé Brito deu os seus primeiros passos musicais, ainda em grupo. Depois de integrar projectos de curta duração e sem lastro discográfico, foi com apenas 17 anos que viu publicada em disco a sua primeira canção, “You’ll See”. Seria como baixista dos Pop Five Music Incorporated e no primeiro EP do grupo, publicado pelo selo Orfeu em 1968. No ano seguinte, o grupo grava “A Peça”, constituído por versões de canções internacionais bem diversificadas (dos Beatles aos Traffic, de Jimi Hendrix a Ray Charles) e que seria o primeiro álbum de estúdio do pop rock nacional. Mudando-se para a Linha de Cascais pouco depois, integra então o Quarteto 1111 a partir de 1970, começando aí a sua parceria de escrita com José Cid – de que o enorme sucesso “Vinte Anos” é ainda hoje a face mais visível.
Tozé Brito estreia-se em nome próprio há precisamente cinquenta anos, em 1972. Logo no início desse ano, foi publicado o seu primeiro disco, o EP “Liberdade”, em que quase todo o Quarteto 1111 participa. Uma das canções, “Amanhã Vou Dormir o Dia Inteiro”, foi então proibida de emitir na Emissora Nacional, tal como veio a acontecer com “Um Dia” – outro original de Tozé Brito, então gravado pelo cantor Manuel Vargas. Este último seria aliás uma das vozes presentes no Festival RTP da Canção de 1972 ao lado do próprio Tozé Brito, que aí defende “Se Quiseres Ouvir Cantar, classificando-se em 5.º lugar nesse ano da vitória de Carlos Mendes com “A Festa da Vida”.
“Já Se Faz Tarde, Vai”, com letra e música do próprio cantor, foi originalmente editada em 1975, como lado B do seu single “Palhaços”. As imagens aqui são de treze anos depois, quando Tozé Brito foi convidado de Simone de Oliveira no programa “Piano-Bar”. Pelo meio, em 1980, tinha ficado uma nova gravação da canção no álbum “Cantar de Amigos”, partilhado com Paulo de Carvalho. Em nome próprio, e entre a escrita de canções para os Gemini (a que pertenceu) e às Doce (que ajudou a criar), Tozé Brito gravou dois álbuns na década de 1980: “Adeus, Até ao Meu Regresso (Apenas Oito Canções de Amor)”, em 1982, e “As Noites Íntimas de um Hotel com Estrelas - Imagens Sonoras”, em 1986. Ambos de certa forma conceptuais, este último é ainda uma pouco conhecida surpresa no percurso de Tozé Brito, especialmente pelos ambientes sonoros criados. Em 2018, “A Memória do Amor” celebrou os cinquenta anos do primeiro disco com os Pop Five, revisitando a obra de Tozé Brito maioritariamente através da sua própria voz. Como diz um dos seus maiores sucessos, entregue a Victor Espadinha, “Recordar É Viver”...