TONICHA por João Carlos Callixto
15 março 1971 - "La Mansarde"
Dias depois do 70º aniversário da cantora, Tonicha está no “Gramofone” com uma das várias canções menos conhecidas da sua carreira. Para alguém que coleccionou sucessos, isto pode parecer difícil, mas na realidade há muitos momentos ainda por (re)descobrir na vasta obra de Tonicha.
Começando a sua carreira na primeira metade dos anos 60, a estreia em disco da cantora dá-se em 1964 no álbum “Christmas in Portugal”, onde surge ao lado de alguns nomes já consagrados do fado e da canção ligeira, como Gina Maria, Domingos Marques, Maria da Conceição ou Manuel Fernandes.
“Luar para Esta Noite”, o primeiro trabalho a solo de Tonicha, foi publicado no início de 1965 e contava com direcção musical de Jorge Costa Pinto. Logo no ano seguinte, vence o Festival da Figueira da Foz, com a canção “Boca de Amora”, de José Gouveia. Vitória que aliás se repete em 1967, desta vez com “A Tua Canção, Avozinha”, de Rocha Oliveira.
Um ano depois, no Festival RTP da Canção, Tonicha fica em 2º lugar, com “Fui Ter com a Madrugada”, de Rui Malhoa e Pedro Jordão. E é precisamente em 1968 que se inicia uma série de trabalhos em colaboração com José Cid, que escreve vários originais para a cantora. Esta atitude assumidamente arriscada em termos de mudança de reportório viu surgir canções como esta “La Mansarde”, uma de duas em francês gravada por Tonicha no EP “Tonicha Canta Composições de José Cid”. “Esperei”, a faixa com que o disco termina, contava com versos de Garcia de Resende, numa primeira incursão directa pelos universos literários medievais e renascentistas que tanto fascínio sempre exerceram sobre José Cid.
Depois de mais dois discos, “Caminheiro, Donde Vens”, em 1969, e “D. Pedro”, em 1970, e em que participaram membros do círculo musical ligado ao Quarteto 1111, as imagens de hoje mostram Tonicha no programa “Um Dia com…”, em 1971. Em estúdio, ao lado de Thilo Krasmann, tinha apenas passado um mês sobre a vitória da cantora com “Menina do Alto da Serra” no Festival da Canção desse ano.
Ary dos Santos, o autor da letra (a música é de Nuno Nazareth Fernandes), seria mais tarde um dos sócios de Tonicha na fundação da editora Discófilo. Já depois do 25 de Abril, chegam outros grandes sucessos, como “Tu És o Zé Que Fumas” e “Zumba na Caneca”.
A sua veia ibérica, bem patente quer ao gravar músicas de Patxi Andión quer um original como “Terras de García Lorca” quer ainda um disco como “Canções d’Aquém e d’Além Tejo”, em 1995, mostram que a carreira de Tonicha é ainda hoje um puzzle de surpresas prontas a serem descobertas.
Começando a sua carreira na primeira metade dos anos 60, a estreia em disco da cantora dá-se em 1964 no álbum “Christmas in Portugal”, onde surge ao lado de alguns nomes já consagrados do fado e da canção ligeira, como Gina Maria, Domingos Marques, Maria da Conceição ou Manuel Fernandes.
“Luar para Esta Noite”, o primeiro trabalho a solo de Tonicha, foi publicado no início de 1965 e contava com direcção musical de Jorge Costa Pinto. Logo no ano seguinte, vence o Festival da Figueira da Foz, com a canção “Boca de Amora”, de José Gouveia. Vitória que aliás se repete em 1967, desta vez com “A Tua Canção, Avozinha”, de Rocha Oliveira.
Um ano depois, no Festival RTP da Canção, Tonicha fica em 2º lugar, com “Fui Ter com a Madrugada”, de Rui Malhoa e Pedro Jordão. E é precisamente em 1968 que se inicia uma série de trabalhos em colaboração com José Cid, que escreve vários originais para a cantora. Esta atitude assumidamente arriscada em termos de mudança de reportório viu surgir canções como esta “La Mansarde”, uma de duas em francês gravada por Tonicha no EP “Tonicha Canta Composições de José Cid”. “Esperei”, a faixa com que o disco termina, contava com versos de Garcia de Resende, numa primeira incursão directa pelos universos literários medievais e renascentistas que tanto fascínio sempre exerceram sobre José Cid.
Depois de mais dois discos, “Caminheiro, Donde Vens”, em 1969, e “D. Pedro”, em 1970, e em que participaram membros do círculo musical ligado ao Quarteto 1111, as imagens de hoje mostram Tonicha no programa “Um Dia com…”, em 1971. Em estúdio, ao lado de Thilo Krasmann, tinha apenas passado um mês sobre a vitória da cantora com “Menina do Alto da Serra” no Festival da Canção desse ano.
Ary dos Santos, o autor da letra (a música é de Nuno Nazareth Fernandes), seria mais tarde um dos sócios de Tonicha na fundação da editora Discófilo. Já depois do 25 de Abril, chegam outros grandes sucessos, como “Tu És o Zé Que Fumas” e “Zumba na Caneca”.
A sua veia ibérica, bem patente quer ao gravar músicas de Patxi Andión quer um original como “Terras de García Lorca” quer ainda um disco como “Canções d’Aquém e d’Além Tejo”, em 1995, mostram que a carreira de Tonicha é ainda hoje um puzzle de surpresas prontas a serem descobertas.