TEREZA TAROUCA por João Carlos Callixto
26 Fev 1973 - "Cai Chuva do Céu Cinzento"
Tereza Tarouca foi um dos nomes que se estreou no fado na década de 1960 a alcançar um maior protagonismo. Amada dentro e fora dos círculos fadistas, deixou uma vasta discografia, onde se insere este “Cai Chuva do Céu Cinzento”. No “Gramofone” de hoje, Tereza Tarouca é convidada especial no Festival RTP da Canção de 1973, que daria a vitória a Fernando Tordo e a “Tourada”. Estávamos na primeira parte do evento mais popular do cenário musical português mas que, até então, apenas tinha visto duas vozes do fado a concurso: Maria da Fé, em 1969, e João Braga, em 1972. Para abrilhantar o Festival, a RTP convidara neste ano de 1973 Gilbert Bécaud como atracção internacional e Tereza Tarouca era a atracção nacional, aqui acompanhada por Raul Nery, António Chainho, Francisco Pérez e José Maria Nóbrega.
Tereza Tarouca tinha começado a sua carreira no início da década de 60, aos 20 anos, e desde logo assina contrato discográfico com a Telectra, que distribuía em Portugal o prestigiado selo editorial RCA Victor. “Fado, Dor e Sofrimento” e “Mouraria” são os seus dois primeiros discos, ambos de 1961, e trazem letras de António Calém ou de João Ferreira-Rosa, este último ainda a alguns anos de se estrear como intérprete. Outra letrista que marca presença forte na obra de Tereza Tarouca é Maria Manuel Cid, poetisa ribatejana e cujas palavras continuam ainda hoje a estar nas bocas de muitos fadistas.
Na senda de Amália Rodrigues, Tereza Tarouca canta também poetas como Almeida Garrett, Pedro Homem de Mello, Teixeira de Pascoaes ou Fernando Pessoa. O autor de “Mensagem”, que tinha sido musicado e gravado em disco pela primeira vez na voz de Frei Hermano da Câmara, é também o autor do texto da canção deste “Gramofone”. “Cai Chuva do Céu Cinzento”, incluído pela fadista no álbum “Fado e Folclore” (de 1971, o seu primeiro nesse formato), tinha sido estilizado por Maria Teresa de Noronha e veio mais tarde a ser gravado também por Mafalda Arnauth. Em 1975, contando com arranjos do maestro Sílvio Pleno, chega o álbum “Folclore”, que trazia temas como “Rebatida” ou “Penas Tem Quem Tem Amores”. Mas a grande poesia continuaria a fazer parte do percurso de Tereza Tarouca, que no álbum “Portugal Triste”, de 1980, canta Sophia de Mello Breyner Andresen ou João Apolinário. Deixando progressivamente de gravar, a fadista remete-se a partir dos anos 90 a um longo silêncio, cantando cada vez mais esporadicamente até à sua morte aos 77 anos, em Novembro de 2019.
Tereza Tarouca tinha começado a sua carreira no início da década de 60, aos 20 anos, e desde logo assina contrato discográfico com a Telectra, que distribuía em Portugal o prestigiado selo editorial RCA Victor. “Fado, Dor e Sofrimento” e “Mouraria” são os seus dois primeiros discos, ambos de 1961, e trazem letras de António Calém ou de João Ferreira-Rosa, este último ainda a alguns anos de se estrear como intérprete. Outra letrista que marca presença forte na obra de Tereza Tarouca é Maria Manuel Cid, poetisa ribatejana e cujas palavras continuam ainda hoje a estar nas bocas de muitos fadistas.
Na senda de Amália Rodrigues, Tereza Tarouca canta também poetas como Almeida Garrett, Pedro Homem de Mello, Teixeira de Pascoaes ou Fernando Pessoa. O autor de “Mensagem”, que tinha sido musicado e gravado em disco pela primeira vez na voz de Frei Hermano da Câmara, é também o autor do texto da canção deste “Gramofone”. “Cai Chuva do Céu Cinzento”, incluído pela fadista no álbum “Fado e Folclore” (de 1971, o seu primeiro nesse formato), tinha sido estilizado por Maria Teresa de Noronha e veio mais tarde a ser gravado também por Mafalda Arnauth. Em 1975, contando com arranjos do maestro Sílvio Pleno, chega o álbum “Folclore”, que trazia temas como “Rebatida” ou “Penas Tem Quem Tem Amores”. Mas a grande poesia continuaria a fazer parte do percurso de Tereza Tarouca, que no álbum “Portugal Triste”, de 1980, canta Sophia de Mello Breyner Andresen ou João Apolinário. Deixando progressivamente de gravar, a fadista remete-se a partir dos anos 90 a um longo silêncio, cantando cada vez mais esporadicamente até à sua morte aos 77 anos, em Novembro de 2019.