TERESA SILVA CARVALHO por João Carlos Callixto
17 Mai 1970 - "Amor Tornado Momento"
Teresa Silva Carvalho foi uma das vozes do fado que surgiu no final da década de 60 e que desde logo prendeu a atenção de muitos. Neste “Gramofone”, estamos em 1970, com “Amor Tornado Momento”, um passo de uma carreira que se passearia por reportórios próximos das músicas tradicionais e também pelo Festival RTP da Canção.
A cantora gravou o seu disco de estreia em 1967, para a editora Tecla, do maestro Jorge Costa Pinto. Nele se inclui pela primeira vez uma canção a partir de um poema de Mário de Sá-Carneiro. Baptizada neste EP como “Um Pouco Mais de Sol”, com música de Miguel Ramos, trata-se do famoso poema “Quase”. A grande poesia continuaria no disco seguinte, com “Sol Nulo dos Dias Vãos”, de Fernando Pessoa, autor que tinha surgido em canção pouco antes também pela voz de um fadista – Frei Hermano da Câmara. Nesse segundo registo surge pela primeira vez um nome que se tornaria importante na obra de Teresa Silva Carvalho – o da letrista e actriz Manuela de Freitas, cúmplice habitual no percurso de Camané até aos dias de hoje.
“Amor Tornado Momento” deu título em 1969 ao único disco que a cantora gravou para a Valentim de Carvalho. Também com letra de Manuela de Freitas, é cantado no fado Dois Tons, de Alberto Costa, e tem um acompanhamento musical de luxo, pelas cordas das guitarras de Raul Nery, Carlos Gonçalves, Pedro Leal e Joel Pina. O momento captado aqui foi originalmente transmitido no programa "Ensaio", da autoria do radialista João Martins, e é na realidade um videoclip feito para promover a canção.
O início da década de 70 vê nova mudança de editora, com a Movieplay a publicar um EP com textos de Ary dos Santos (“Adágio”, escrito para a conhecida melodia da obra de Tomaso Albinoni). Logo depois, Teresa Silva Carvalho “assenta” no selo Orfeu, de Arnaldo Trindade, onde continua a sua forte ligação aos poetas (Antero de Quental e José Régio, entre outros). Mas é em 1977 que chega um dos seus trabalhos mais divulgados, o álbum "Ó Rama ó Que Linda Rama", produzido por Vitorino. Aí canta reportório de José Afonso, com quem tinha cantado no álbum de 1972 deste, “Eu Vou ser Como a Toupeira”.
Em 1977, Teresa Silva Carvalho concorre ao Festival RTP da Canção com “Canção sem Grades”, de Rita Olivaes e Manuel José Soares. Dois anos depois, participa nas semifinais com “Cantemos Até Ser Dia” e “Maria, Maria” (ambas com música de Pedro Osório), ficando em último lugar da final com a primeira desta canções – a vitória caberia a “Sobe Sobe Balão Sobe”, por Manuela Bravo. O mais recente álbum de Teresa Silva Carvalho chegou em 1994, pela Strauss, sucedendo-se um longo silêncio que muitos gostariam de ver quebrado.
A cantora gravou o seu disco de estreia em 1967, para a editora Tecla, do maestro Jorge Costa Pinto. Nele se inclui pela primeira vez uma canção a partir de um poema de Mário de Sá-Carneiro. Baptizada neste EP como “Um Pouco Mais de Sol”, com música de Miguel Ramos, trata-se do famoso poema “Quase”. A grande poesia continuaria no disco seguinte, com “Sol Nulo dos Dias Vãos”, de Fernando Pessoa, autor que tinha surgido em canção pouco antes também pela voz de um fadista – Frei Hermano da Câmara. Nesse segundo registo surge pela primeira vez um nome que se tornaria importante na obra de Teresa Silva Carvalho – o da letrista e actriz Manuela de Freitas, cúmplice habitual no percurso de Camané até aos dias de hoje.
“Amor Tornado Momento” deu título em 1969 ao único disco que a cantora gravou para a Valentim de Carvalho. Também com letra de Manuela de Freitas, é cantado no fado Dois Tons, de Alberto Costa, e tem um acompanhamento musical de luxo, pelas cordas das guitarras de Raul Nery, Carlos Gonçalves, Pedro Leal e Joel Pina. O momento captado aqui foi originalmente transmitido no programa "Ensaio", da autoria do radialista João Martins, e é na realidade um videoclip feito para promover a canção.
O início da década de 70 vê nova mudança de editora, com a Movieplay a publicar um EP com textos de Ary dos Santos (“Adágio”, escrito para a conhecida melodia da obra de Tomaso Albinoni). Logo depois, Teresa Silva Carvalho “assenta” no selo Orfeu, de Arnaldo Trindade, onde continua a sua forte ligação aos poetas (Antero de Quental e José Régio, entre outros). Mas é em 1977 que chega um dos seus trabalhos mais divulgados, o álbum "Ó Rama ó Que Linda Rama", produzido por Vitorino. Aí canta reportório de José Afonso, com quem tinha cantado no álbum de 1972 deste, “Eu Vou ser Como a Toupeira”.
Em 1977, Teresa Silva Carvalho concorre ao Festival RTP da Canção com “Canção sem Grades”, de Rita Olivaes e Manuel José Soares. Dois anos depois, participa nas semifinais com “Cantemos Até Ser Dia” e “Maria, Maria” (ambas com música de Pedro Osório), ficando em último lugar da final com a primeira desta canções – a vitória caberia a “Sobe Sobe Balão Sobe”, por Manuela Bravo. O mais recente álbum de Teresa Silva Carvalho chegou em 1994, pela Strauss, sucedendo-se um longo silêncio que muitos gostariam de ver quebrado.