SITIADOS, por João Carlos Callixto
"A Noite" - 4 Ago 1989
No final dos anos 80, depois da leva de grupos surgidos com o “boom do rock português” (logo em 1980), dos que surgem em meados da década (como Delfins, Mler Ife Dada ou Rádio Macau) e dos que pouco depois vêm das franjas mais alternativas (Mão Morta ou Pop dell’Arte), há um local que continua a fazer despontar verdadeira criatividade e que perpassa todos estes projectos: o Rock Rendez-Vous. O grupo de hoje neste “Gramofone” também aí deu cartas, pouco depois do seu começo, surgindo aqui num momento captado em 1989 para o programa “Haja Música”.
Formado em Carcavelos em 1987, o grupo juntava então João Aguardela (voz), Francisco José Resende (guitarra) e Mário Rui Miranda (baixo) ao baterista Fernando Fonseca. Logo em 1988, concorrem ao Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous, classificando-se em 2.º lugar nesse ano em que a vitória sorriu aos Easy Gents (futuros Ritual Tejo). “A Noite”, mais tarde um dos sucessos da banda, foi precisamente a canção incluída na colectânea "Registos - 5º Concurso de Música Moderna", editado pela Dansa do Som, e onde estão também os Ecos da Cave ou a Quinta do Bill. O som destes últimos, com um pé nas tradições e outro no rock, seria também o caminho que veio a ser o dos Sitiados, cujo nome tinha origem no título de uma canção dos Mão Morta.
A estreia em álbum dá-se em 1992, com um álbum homónimo através da multinacional BMG, e nele consta o enorme sucesso "Vida de Marinheiro". No grupo estavam agora Sandra Baptista, Jorge Buco e João Marques, entrando para o segundo disco, “E Agora…” (1993), os músicos Jorge Quadros, Ani Fonseca, João Cabrita e Jorge Ribeiro. Fazendo uma síntese de várias tradições urbanas e rurais, o carisma e o talento dos Sitiados permitiu-lhes juntar aqui como convidados nomes como Paulo Bragança, Manuel Faria, Fernando Alvim, João Ribas ou Viviane.
“A Noite” viria a ter um grande sucesso após a versão gravada pelos Resistência, que a incluem no seu álbum de estreia, "Mano a Mano" (1992). Esta era mais uma prova da forma como os seus pares encaravam o grupo, como aliás sucedeu com o convite para integrar a colectânea “Filhos da Madrugada Cantam José Afonso”, em 1994. Aí, oferecem uma releitura enérgica para “A Formiga no Carreiro”, originalmente incluída pelo cantautor no álbum “Venham Mais Cinco” (1973). No mesmo ano, gravam uma versão de “O Corpo É Que Paga”, de António Variações, para “Variações - As Canções de António”, em que uma série de novos projectos homenageia o músico minhoto nos 10 anos da sua morte.
“O Triunfo dos Electrodomésticos” (1995) e “Sitiados” (1996) seriam os discos seguintes do nosso grupo, que encerram a história com “Mata-me Depois”. Estávamos em 1999 e esse seria o único álbum dos Sitiados a não ser publicado pela BMG, marcando a mudança para a Sony. Com o fim das actividades em 2000, João Aguardela entrega-se a outras aventuras, prosseguindo também o caminho a solo com o seu projecto pessoal Megafone.
Formado em Carcavelos em 1987, o grupo juntava então João Aguardela (voz), Francisco José Resende (guitarra) e Mário Rui Miranda (baixo) ao baterista Fernando Fonseca. Logo em 1988, concorrem ao Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous, classificando-se em 2.º lugar nesse ano em que a vitória sorriu aos Easy Gents (futuros Ritual Tejo). “A Noite”, mais tarde um dos sucessos da banda, foi precisamente a canção incluída na colectânea "Registos - 5º Concurso de Música Moderna", editado pela Dansa do Som, e onde estão também os Ecos da Cave ou a Quinta do Bill. O som destes últimos, com um pé nas tradições e outro no rock, seria também o caminho que veio a ser o dos Sitiados, cujo nome tinha origem no título de uma canção dos Mão Morta.
A estreia em álbum dá-se em 1992, com um álbum homónimo através da multinacional BMG, e nele consta o enorme sucesso "Vida de Marinheiro". No grupo estavam agora Sandra Baptista, Jorge Buco e João Marques, entrando para o segundo disco, “E Agora…” (1993), os músicos Jorge Quadros, Ani Fonseca, João Cabrita e Jorge Ribeiro. Fazendo uma síntese de várias tradições urbanas e rurais, o carisma e o talento dos Sitiados permitiu-lhes juntar aqui como convidados nomes como Paulo Bragança, Manuel Faria, Fernando Alvim, João Ribas ou Viviane.
“A Noite” viria a ter um grande sucesso após a versão gravada pelos Resistência, que a incluem no seu álbum de estreia, "Mano a Mano" (1992). Esta era mais uma prova da forma como os seus pares encaravam o grupo, como aliás sucedeu com o convite para integrar a colectânea “Filhos da Madrugada Cantam José Afonso”, em 1994. Aí, oferecem uma releitura enérgica para “A Formiga no Carreiro”, originalmente incluída pelo cantautor no álbum “Venham Mais Cinco” (1973). No mesmo ano, gravam uma versão de “O Corpo É Que Paga”, de António Variações, para “Variações - As Canções de António”, em que uma série de novos projectos homenageia o músico minhoto nos 10 anos da sua morte.
“O Triunfo dos Electrodomésticos” (1995) e “Sitiados” (1996) seriam os discos seguintes do nosso grupo, que encerram a história com “Mata-me Depois”. Estávamos em 1999 e esse seria o único álbum dos Sitiados a não ser publicado pela BMG, marcando a mudança para a Sony. Com o fim das actividades em 2000, João Aguardela entrega-se a outras aventuras, prosseguindo também o caminho a solo com o seu projecto pessoal Megafone.