SHILA por João Carlos Callixto
5 Nov 1978 - "Todos Me Querem"
Vários foram os estrangeiros que se estabeleceram no nosso país e aqui desenvolveram carreiras musicais mais ou menos duradouras. Sheila Charlesworth, que entre nós adoptou o nome artístico de Shila, é um desses casos, e está em destaque neste “Gramofone”.
Nascida no Canadá, onde fez televisão e foi manequim, Shila começou a correr mundo quando atingiu a maioridade. Em Paris, integrou em 1969 a versão francesa do musical “Hair”, que espelhava os ideais dos hippies de então. Foi aí que conheceu o seu futuro marido Sérgio Godinho, também estabelecido na Cidade-Luz.
Em 1971, Shila participa nas sessões de gravação do que viria a ser o primeiro álbum do cantautor, “Os Sobreviventes”, surgindo com o crédito “coros, sandwiches e amor”. No mesmo ano, ao lado de outros membros da companhia teatral Living Theatre, dos americanos Julian Beck e Judith Malina, Shila e Sérgio são presos no Brasil com base em acusações forjadas, sendo libertados ao fim de três meses e com uma forte pressão internacional.
Depois de uma passagem pelo Canadá, o casal acaba por se estabelecer em Portugal já depois do 25 de Abril, e Shila canta ao lado de Vitorino no tema “São Saias, Senhor, São Saias”, do primeiro álbum do trovador alentejano. No mesmo ano, participa com este e vários outros músicos em “Cantigas de Ida e Volta”, um trabalho com arranjos e música original de Jorge Constante Pereira.
Depois de um novo dueto, desta vez com Júlio Pereira, também para o álbum de estreia a solo do músico, Shila inicia finalmente em 1977 o seu próprio percurso com o álbum “Doce de Shila”. O trabalho abre com “Espectáculo”, um original de Sérgio Godinho que só dois anos depois seria gravado pelo próprio e que acabou por se tornar num dos muitos clássicos da sua carreira, e inclui também “Rosie”, uma composição de Fausto e António Pedro Braga a partir de um poema de Reinaldo Ferreira.
“Lenga-Lengas e Segredos”, o segundo álbum de Shila, chega em 1979, e é de novo editado pela Sassetti. Sérgio Godinho e Júlio Pereira voltam a marcar presença entre os compositores, juntando-se nomes como João Lóio ou José Mário Branco. É neste trabalho, aliás, que surge o tradicional “Todos Me Querem”, também conhecido como “Já Passei a Roupa a Ferro”, aqui com parte da letra da autoria de Shila e de Júlio Pereira.
Shila está também associada ao teatro para crianças, gravando alguns singles que reflectem essa vertente da sua arte. Em 1980, participa ainda no programa televisivo de Júlio Isidro “Histórias com Pés e Cabeça”, a partir de textos de Manuel António Pina. No ano seguinte, despede-se das lides discográficas com “Meu Amor Pequenino”, a partir de textos de António Botto e de Filipe La Féria.
Nascida no Canadá, onde fez televisão e foi manequim, Shila começou a correr mundo quando atingiu a maioridade. Em Paris, integrou em 1969 a versão francesa do musical “Hair”, que espelhava os ideais dos hippies de então. Foi aí que conheceu o seu futuro marido Sérgio Godinho, também estabelecido na Cidade-Luz.
Em 1971, Shila participa nas sessões de gravação do que viria a ser o primeiro álbum do cantautor, “Os Sobreviventes”, surgindo com o crédito “coros, sandwiches e amor”. No mesmo ano, ao lado de outros membros da companhia teatral Living Theatre, dos americanos Julian Beck e Judith Malina, Shila e Sérgio são presos no Brasil com base em acusações forjadas, sendo libertados ao fim de três meses e com uma forte pressão internacional.
Depois de uma passagem pelo Canadá, o casal acaba por se estabelecer em Portugal já depois do 25 de Abril, e Shila canta ao lado de Vitorino no tema “São Saias, Senhor, São Saias”, do primeiro álbum do trovador alentejano. No mesmo ano, participa com este e vários outros músicos em “Cantigas de Ida e Volta”, um trabalho com arranjos e música original de Jorge Constante Pereira.
Depois de um novo dueto, desta vez com Júlio Pereira, também para o álbum de estreia a solo do músico, Shila inicia finalmente em 1977 o seu próprio percurso com o álbum “Doce de Shila”. O trabalho abre com “Espectáculo”, um original de Sérgio Godinho que só dois anos depois seria gravado pelo próprio e que acabou por se tornar num dos muitos clássicos da sua carreira, e inclui também “Rosie”, uma composição de Fausto e António Pedro Braga a partir de um poema de Reinaldo Ferreira.
“Lenga-Lengas e Segredos”, o segundo álbum de Shila, chega em 1979, e é de novo editado pela Sassetti. Sérgio Godinho e Júlio Pereira voltam a marcar presença entre os compositores, juntando-se nomes como João Lóio ou José Mário Branco. É neste trabalho, aliás, que surge o tradicional “Todos Me Querem”, também conhecido como “Já Passei a Roupa a Ferro”, aqui com parte da letra da autoria de Shila e de Júlio Pereira.
Shila está também associada ao teatro para crianças, gravando alguns singles que reflectem essa vertente da sua arte. Em 1980, participa ainda no programa televisivo de Júlio Isidro “Histórias com Pés e Cabeça”, a partir de textos de Manuel António Pina. No ano seguinte, despede-se das lides discográficas com “Meu Amor Pequenino”, a partir de textos de António Botto e de Filipe La Féria.