SÉTIMA LEGIÃO por João Carlos Callixto
26 Nov 1987 - "Além Tejo"
Em paralelo com aquilo a que se chamou o “boom” do rock português, que em 1980 e 1981 trouxe uma quantidade de edições dentro desse âmbito musical e mudou a perspectiva das editoras em relação à sua aposta discográfica, uma nova leva de grupos e músicos mais próximos das tradições esteve também nessa altura de alguma forma na “crista da onda”. Nomes como os Trovante, Fausto ou Júlio Pereira viram os seus trabalhos então editados a apelar a um público mais vasto do que até então, fruto também da assinatura dos dois primeiros por editoras multinacionais. Mas também o âmbito do rock viria a cruzar referências de forma pouco convencional e é esse precisamente o caso do grupo chamado a este “Gramofone”.
Formada em 1982, a Sétima Legião ia buscar raízes tanto aos sons então chamados de “urbano-depressivos”, com os Joy Division à cabeça, como às próprias raízes tradicionais da nossa música. Sem receio, surgiam assim teclados e guitarras eléctricas aliados a flautas e gaitas de foles, para além das próprias referências líricas a lendas nacionais e à História de Portugal. Logo em 1983, dá-se a estreia em disco com o single "Glória", editado pela Fundação Atlântica, na que seria uma das primeiras publicações do selo então distribuído pela Valentim de Carvalho. Entre os ideólogos do mesmo estava Miguel Esteves Cardoso, que assinava precisamente a letra da canção do lado A. No lado B, “Partida” marcava também a primeira canção em disco do letrista residente da banda, Francisco Menezes.
"A um Deus Desconhecido", de 1984, seria a estreia da Sétima Legião em álbum e foi também o único disco nacional nesse formato editado na Fundação Atlântica. “Mar d’Outubro”, em 1987, seria o passo seguinte e é a ele que pertence tanto “Sete Mares”, uma das canções do grupo que se tornaria um clássico da nossa Música, como este “Além-Tejo” de hoje. Com Gabriel Gomes (acordeão), Nuno Cruz (bateria), Paulo Abelho (percussão), Paulo Marinho (flauta, gaita de foles), Pedro Oliveira (voz, guitarras), Ricardo Camacho (teclados, guitarras) e Rodrigo Leão (baixo, teclados), tinha também passado pela Sétima Legião Luís San Payo. Francis (ex-Xutos & Pontapés) ou Marco Santos e Tiago Faden, então nos Radar Kadafi, seriam os três convidados neste segundo álbum do grupo, confirmando o seu eclectismo.
As imagens que aqui vemos são de uma actuação da Sétima Legião no programa "Já Está", de Joaquim Letria, em que também foi convidada a actriz e política italiana Cicciolina, e com o grupo em plena promoção do seu então novo álbum. Dois anos depois, chegaria “De um Tempo Ausente”, onde está outro dos clássicos do grupo, “Por Quem Não Esqueci”. “O Fogo”, de 1992, seria o último trabalho de estúdio na primeira fase do percurso, com a Sétima Legião a regressar em 1999, com um “Sexto Sentido” mais electrónico e onde marcava presença o baixo de Lúcio Vieira. Em 2012, toda a obra do grupo seria reeditada pela EMI Music Portugal, permitindo um reencontro com estes músicos que sempre estiveram dentro e fora de todos os tempos.
Formada em 1982, a Sétima Legião ia buscar raízes tanto aos sons então chamados de “urbano-depressivos”, com os Joy Division à cabeça, como às próprias raízes tradicionais da nossa música. Sem receio, surgiam assim teclados e guitarras eléctricas aliados a flautas e gaitas de foles, para além das próprias referências líricas a lendas nacionais e à História de Portugal. Logo em 1983, dá-se a estreia em disco com o single "Glória", editado pela Fundação Atlântica, na que seria uma das primeiras publicações do selo então distribuído pela Valentim de Carvalho. Entre os ideólogos do mesmo estava Miguel Esteves Cardoso, que assinava precisamente a letra da canção do lado A. No lado B, “Partida” marcava também a primeira canção em disco do letrista residente da banda, Francisco Menezes.
"A um Deus Desconhecido", de 1984, seria a estreia da Sétima Legião em álbum e foi também o único disco nacional nesse formato editado na Fundação Atlântica. “Mar d’Outubro”, em 1987, seria o passo seguinte e é a ele que pertence tanto “Sete Mares”, uma das canções do grupo que se tornaria um clássico da nossa Música, como este “Além-Tejo” de hoje. Com Gabriel Gomes (acordeão), Nuno Cruz (bateria), Paulo Abelho (percussão), Paulo Marinho (flauta, gaita de foles), Pedro Oliveira (voz, guitarras), Ricardo Camacho (teclados, guitarras) e Rodrigo Leão (baixo, teclados), tinha também passado pela Sétima Legião Luís San Payo. Francis (ex-Xutos & Pontapés) ou Marco Santos e Tiago Faden, então nos Radar Kadafi, seriam os três convidados neste segundo álbum do grupo, confirmando o seu eclectismo.
As imagens que aqui vemos são de uma actuação da Sétima Legião no programa "Já Está", de Joaquim Letria, em que também foi convidada a actriz e política italiana Cicciolina, e com o grupo em plena promoção do seu então novo álbum. Dois anos depois, chegaria “De um Tempo Ausente”, onde está outro dos clássicos do grupo, “Por Quem Não Esqueci”. “O Fogo”, de 1992, seria o último trabalho de estúdio na primeira fase do percurso, com a Sétima Legião a regressar em 1999, com um “Sexto Sentido” mais electrónico e onde marcava presença o baixo de Lúcio Vieira. Em 2012, toda a obra do grupo seria reeditada pela EMI Music Portugal, permitindo um reencontro com estes músicos que sempre estiveram dentro e fora de todos os tempos.