SÉRGIO GODINHO por João Carlos Callixto
2 Abril 1975 - “Liberdade"
Um dos músicos mais aclamados do panorama artístico nacional, Sérgio Godinho completou no passado dia 31 de Agosto 70 anos de vida. Muitos poderiam ser os motivos para o chamarmos a uma das emissões do “Gramofone”, mas hoje é mesmo o da celebração de uma carreira riquíssima e que sempre soube cruzar gerações.
Tendo nascido no Porto, Sérgio Godinho estabelece-se primeiro na Suíça, onde chegou a ter aulas com Jean Piaget. Daí parte para França, onde grava no final da década de 60 os seus primeiros trabalhos.
Ao lado de José Mário Branco, participa no primeiro disco deste, o EP “Seis Cantigas de Amigo”, tocando guitarra e pandeireta. Na mesma altura, integra o elenco do musical americano “Hair”, com Julien Clerc, Ronnie Bird ou Gérard Palaprat, figurando também no álbum que é então publicado pela Philips.
A estreia em nome próprio de Sérgio Godinho chega em finais de 1971, através do EP “Romance de um Dia na Estrada”, apresentado em Portugal numa sessão no Cinema Roma, em Lisboa, em que era também lançado o primeiro álbum de José Mário Branco. Os dois músicos partilharam aliás as autorias de algumas canções dos seus discos iniciais.
“Os Sobreviventes”, de 1972, e “Pré-Histórias”, de 1973, são publicados pela Sassetti, e mostram desde logo um autor com um cunho bem próprio, em que os retratos sociais e psicológicos predominam numa escrita musicalmente elaborada e permeável tanto ao legado da canção de intervenção como do rock.
Já no Canadá, Sérgio Godinho começa a gravar alguns novos temas, e entre eles inclui-se “Liberdade”, a nossa canção de hoje. Esta viria a ser a faixa de abertura do 3º disco do músico, "À Queima-Roupa", e também uma das mais ouvidas nos primeiros tempos-pós 25 de Abril.
No vídeo de hoje, gravado para o programa “Das Artes e Ofícios” durante uma actuação na aldeia de Árgea, em Torres Novas, Sérgio Godinho é um dos três convidados, sendo os outros dois José Afonso e Pedro Lobo Antunes. Este último, falecido recentemente, escreveu algumas das músicas do reportório de Francisco Fanhais, como “Corpo Renascido”, a partir de um poema de Manuel Alegre, mas nunca chega a gravar em nome próprio.
Tendo conhecido algumas versões ao longo dos anos, talvez a mais ousada leitura de “Liberdade” seja a de Capicua, ainda inédita em disco, mas apresentada em concerto ao lado do grupo They’re Heading West. Abrindo com partes do poema “Revolução”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, é apenas um dos muitos exemplos de como a música de Sérgio Godinho continua a chegar a todo o tipo de públicos.
Já em 2015, o músico edita com Jorge Palma o álbum ao vivo "Juntos", em que ambos cruzam os seus reportórios, secundados por um leque de jovens músicos de primeira água. A liberdade está mesmo a passar por aqui!
Tendo nascido no Porto, Sérgio Godinho estabelece-se primeiro na Suíça, onde chegou a ter aulas com Jean Piaget. Daí parte para França, onde grava no final da década de 60 os seus primeiros trabalhos.
Ao lado de José Mário Branco, participa no primeiro disco deste, o EP “Seis Cantigas de Amigo”, tocando guitarra e pandeireta. Na mesma altura, integra o elenco do musical americano “Hair”, com Julien Clerc, Ronnie Bird ou Gérard Palaprat, figurando também no álbum que é então publicado pela Philips.
A estreia em nome próprio de Sérgio Godinho chega em finais de 1971, através do EP “Romance de um Dia na Estrada”, apresentado em Portugal numa sessão no Cinema Roma, em Lisboa, em que era também lançado o primeiro álbum de José Mário Branco. Os dois músicos partilharam aliás as autorias de algumas canções dos seus discos iniciais.
“Os Sobreviventes”, de 1972, e “Pré-Histórias”, de 1973, são publicados pela Sassetti, e mostram desde logo um autor com um cunho bem próprio, em que os retratos sociais e psicológicos predominam numa escrita musicalmente elaborada e permeável tanto ao legado da canção de intervenção como do rock.
Já no Canadá, Sérgio Godinho começa a gravar alguns novos temas, e entre eles inclui-se “Liberdade”, a nossa canção de hoje. Esta viria a ser a faixa de abertura do 3º disco do músico, "À Queima-Roupa", e também uma das mais ouvidas nos primeiros tempos-pós 25 de Abril.
No vídeo de hoje, gravado para o programa “Das Artes e Ofícios” durante uma actuação na aldeia de Árgea, em Torres Novas, Sérgio Godinho é um dos três convidados, sendo os outros dois José Afonso e Pedro Lobo Antunes. Este último, falecido recentemente, escreveu algumas das músicas do reportório de Francisco Fanhais, como “Corpo Renascido”, a partir de um poema de Manuel Alegre, mas nunca chega a gravar em nome próprio.
Tendo conhecido algumas versões ao longo dos anos, talvez a mais ousada leitura de “Liberdade” seja a de Capicua, ainda inédita em disco, mas apresentada em concerto ao lado do grupo They’re Heading West. Abrindo com partes do poema “Revolução”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, é apenas um dos muitos exemplos de como a música de Sérgio Godinho continua a chegar a todo o tipo de públicos.
Já em 2015, o músico edita com Jorge Palma o álbum ao vivo "Juntos", em que ambos cruzam os seus reportórios, secundados por um leque de jovens músicos de primeira água. A liberdade está mesmo a passar por aqui!