S.A.R.L., por João Carlos Callixto
23 Fev 1979 - "Uma Canção Comercial"
A história do Festival RTP da Canção tem várias sub-histórias de grupos criados propositadamente para concorrer ao certame e com pouco ou nenhum percurso fora do evento, nem deixando por vezes rasto em disco. Não é esse felizmente o caso do agrupamento de hoje, com um acrónimo aqui a querer dizer não o expectável mas sim Sociedade Recreativa e Artística Lusitana. Na realidade, tinha havido já uma formação ad-hoc também chamada SARL em 1974, com músicos como José Niza e Rui Ressurreição, então associados à editora Movieplay.
Neste caso, o grupo tinha à cabeça Pedro Osório e ao seu lado Carlos Alberto Moniz e Samuel, fazendo assim um trio vocal com um maestro e dois cantautores – todos já com créditos firmados na nossa Música, sendo que Osório e Moniz tinham estado juntos no Grupo Outubro pouco antes. Já Samuel estreara-se nos discos em 1972, com o EP “O Cantigueiro”, e neste ano de 1979 sairia pela Telectra o seu álbum de estreia, “Ao Alcance das Mãos”. A mesma Telectra seria, aliás, a responsável pela publicação em single de “Uma Canção Comercial”, com “Os Senhores da Guerra” (originalmente registada pelo Grupo Outubro) no lado B. Na gravação, contaram também com a prestação instrumental de Luís Duarte (na guitarra baixo) e de Vítor Mamede (na bateria).
Com a ironia e o humor bem presentes, Pedro Osório pretendeu escrever uma canção que fosse mainstream sem o ser, ridicularizando e expondo alguns clichés dos êxitos comerciais dessa e de outras épocas. Nos agitados coros femininos, estão Maria do Amparo (que também fora do Grupo Outubro e que formava um duo com o seu então marido Carlos Alberto Moniz), Madalena Leal (outra ex-integrante do Grupo Outubro e filha da actriz Dora Leal) e Joana Mira Mendes (que fizera parte dos Diadágua), acentuando sobremaneira o grau de comicidade presente. A canção venceria a 1.ª semifinal do Festival RTP da Canção desse ano, mas na final classificam-se em 3.º lugar, depois de Manuela Bravo (com “Sobe, Sobe, Balão Sobe”) e de Gabriela Schaaf (com “Eu Só Quero”).
O grupo volta a concorrer ao Festival da Canção em duas outras edições, classificando-se em ambas em 4.º lugar. Em 1980, com “Self-Made Man”, seria a editora estatal Imavox a publicar o single, e dois anos depois foi a vez de a PolyGram editar “Quero Ser Feliz Agora”. Sempre com letras e músicas de Pedro Osório, os lados B destes dois discos traziam também composições do pianista e maestro para textos bem certeiros do autor alentejano Martinho Marques: “Poema do Pária Perante a Mercearia” e “A Cunha”. Que pena que esta SARL nunca tenha chegado a álbum!
Neste caso, o grupo tinha à cabeça Pedro Osório e ao seu lado Carlos Alberto Moniz e Samuel, fazendo assim um trio vocal com um maestro e dois cantautores – todos já com créditos firmados na nossa Música, sendo que Osório e Moniz tinham estado juntos no Grupo Outubro pouco antes. Já Samuel estreara-se nos discos em 1972, com o EP “O Cantigueiro”, e neste ano de 1979 sairia pela Telectra o seu álbum de estreia, “Ao Alcance das Mãos”. A mesma Telectra seria, aliás, a responsável pela publicação em single de “Uma Canção Comercial”, com “Os Senhores da Guerra” (originalmente registada pelo Grupo Outubro) no lado B. Na gravação, contaram também com a prestação instrumental de Luís Duarte (na guitarra baixo) e de Vítor Mamede (na bateria).
Com a ironia e o humor bem presentes, Pedro Osório pretendeu escrever uma canção que fosse mainstream sem o ser, ridicularizando e expondo alguns clichés dos êxitos comerciais dessa e de outras épocas. Nos agitados coros femininos, estão Maria do Amparo (que também fora do Grupo Outubro e que formava um duo com o seu então marido Carlos Alberto Moniz), Madalena Leal (outra ex-integrante do Grupo Outubro e filha da actriz Dora Leal) e Joana Mira Mendes (que fizera parte dos Diadágua), acentuando sobremaneira o grau de comicidade presente. A canção venceria a 1.ª semifinal do Festival RTP da Canção desse ano, mas na final classificam-se em 3.º lugar, depois de Manuela Bravo (com “Sobe, Sobe, Balão Sobe”) e de Gabriela Schaaf (com “Eu Só Quero”).
O grupo volta a concorrer ao Festival da Canção em duas outras edições, classificando-se em ambas em 4.º lugar. Em 1980, com “Self-Made Man”, seria a editora estatal Imavox a publicar o single, e dois anos depois foi a vez de a PolyGram editar “Quero Ser Feliz Agora”. Sempre com letras e músicas de Pedro Osório, os lados B destes dois discos traziam também composições do pianista e maestro para textos bem certeiros do autor alentejano Martinho Marques: “Poema do Pária Perante a Mercearia” e “A Cunha”. Que pena que esta SARL nunca tenha chegado a álbum!