RUTE por João Carlos Callixto
28 Dez 1969 - "Ó Senhores de Todo o Mundo"
O “Gramofone” de hoje traz uma cantora que faz parte de um conjunto de nomes de intérpretes que existe em todas as épocas, com carreiras mais ou menos longas e de maior ou menor sucesso, mas que acabam por se eclipsar após esse período para os olhos do grande público e mesmo para os mais interessados. Quem conhece hoje em dia o nome de Rute? No entanto, no espaço de pouco mais de um ano, esta cantora deu de facto nas vistas no nosso panorama musical, deixando disso marcas. Nascida Maria de Lourdes dos Santos Marques, em 1941, seria na recta final da década de 1960 que “nasce” publicamente a cantora Rute.
Por via do selo discográfico Riso & Ritmo, de Francisco Nicholson, Armando Cortez e Eugénio Pepe, é assim publicado no final de 1969 o primeiro disco da cantora. Com textos de Francisco Nicholson e músicas de Braga Santos (do Conjunto sem Nome) e do próprio Eugénio Pepe, este trabalho surgia numa altura em que a música em Portugal já se estava a renovar por dentro e em que mesmo alguns nomes ligados à antiga canção ligeira propunham novos caminhos para a mesma. Assim, não é de estranhar que as orquestrações deste trabalho fossem entregues a Joaquim Luiz Gomes, um dos maestros mais solicitados de então mas que não era propriamente um jovem de 20 ou 30 anos – tinha então já bem mais de 50.
“Ó Senhores de Todo o Mundo”, a canção que aqui surge numa interpretação apresentada na última emissão do programa “Riso & Ritmo”, tem letra de Francisco Nicholson e música de Eugénio Pepe. Nicholson e Armando Cortez surgem aliás neste momento televisivo, marcando o fim do programa que tinham iniciado na RTP em 1965 e cujo sucesso tinha dado origem à editora discográfica homónima. Ao ouvir Rute então na RTP, o temido crítico televisivo Mário Castrim disse dela ser alguém “para quem cantar é algo mais do que beber um copo de água sem ter sede”. Impulsionados ou não por essas palavras, os editores da cantora decidem juntá-la ao cantautor Vieira da Silva num single publicado no Natal de 1969. Interpreta então a solo “Natal dos Simples”, de José Afonso, que cantara também nesta mesma emissão do programa “Riso & Ritmo” - mas ao lado de Mafalda Sofia, de Maria do Espírito Santo e da malograda Mirene Cardinalli, que morrera num trágico acidente de carro dias antes da emissão do programa.
Em Maio de 1970, Rute participa no Festival RTP da Canção com “A Voz do Chão”, mais uma vez com letra de Francisco Nicholson e com música de Jaime Filipe e de Vítor Campos. Nesse ano em que a RTP decidira não participar no Festival da Eurovisão e em que o vencedor Sérgio Borges se torna no primeiro concorrente português no Festival Mundial da Canção Popular, em Tóquio, Rute acaba por se classificar em 7.º lugar (à frente do Duo Orpheu, de Duarte Mendes e de Fernando Tordo). A carreira musical ficaria por aí, mas as memórias estão aqui e permanecerão vivas para quem as conhece
Por via do selo discográfico Riso & Ritmo, de Francisco Nicholson, Armando Cortez e Eugénio Pepe, é assim publicado no final de 1969 o primeiro disco da cantora. Com textos de Francisco Nicholson e músicas de Braga Santos (do Conjunto sem Nome) e do próprio Eugénio Pepe, este trabalho surgia numa altura em que a música em Portugal já se estava a renovar por dentro e em que mesmo alguns nomes ligados à antiga canção ligeira propunham novos caminhos para a mesma. Assim, não é de estranhar que as orquestrações deste trabalho fossem entregues a Joaquim Luiz Gomes, um dos maestros mais solicitados de então mas que não era propriamente um jovem de 20 ou 30 anos – tinha então já bem mais de 50.
“Ó Senhores de Todo o Mundo”, a canção que aqui surge numa interpretação apresentada na última emissão do programa “Riso & Ritmo”, tem letra de Francisco Nicholson e música de Eugénio Pepe. Nicholson e Armando Cortez surgem aliás neste momento televisivo, marcando o fim do programa que tinham iniciado na RTP em 1965 e cujo sucesso tinha dado origem à editora discográfica homónima. Ao ouvir Rute então na RTP, o temido crítico televisivo Mário Castrim disse dela ser alguém “para quem cantar é algo mais do que beber um copo de água sem ter sede”. Impulsionados ou não por essas palavras, os editores da cantora decidem juntá-la ao cantautor Vieira da Silva num single publicado no Natal de 1969. Interpreta então a solo “Natal dos Simples”, de José Afonso, que cantara também nesta mesma emissão do programa “Riso & Ritmo” - mas ao lado de Mafalda Sofia, de Maria do Espírito Santo e da malograda Mirene Cardinalli, que morrera num trágico acidente de carro dias antes da emissão do programa.
Em Maio de 1970, Rute participa no Festival RTP da Canção com “A Voz do Chão”, mais uma vez com letra de Francisco Nicholson e com música de Jaime Filipe e de Vítor Campos. Nesse ano em que a RTP decidira não participar no Festival da Eurovisão e em que o vencedor Sérgio Borges se torna no primeiro concorrente português no Festival Mundial da Canção Popular, em Tóquio, Rute acaba por se classificar em 7.º lugar (à frente do Duo Orpheu, de Duarte Mendes e de Fernando Tordo). A carreira musical ficaria por aí, mas as memórias estão aqui e permanecerão vivas para quem as conhece