RUI DE MASCARENHAS por João Carlos Callixto
15 Set 1966 - "Pauliteiros do Douro"
Uma das vozes mais populares e versáteis das décadas de 50 e 60, Rui de Mascarenhas é ainda hoje lembrado por sucessos como “Encontro às Dez”, “Maria Helena” ou “Pauliteiros do Douro”, a canção que hoje trazemos aqui ao “Gramofone”.
Em 1951, o cantor ganha o 1º Prémio de Cançonetistas da Emissora Nacional, o que lhe permite iniciar uma carreira musical, assinando desde logo contrato com a editora Valentim de Carvalho, para quem grava os seus primeiros discos. O maestro João Nobre e o compositor Carlos Canelhas são alguns dos nomes com quem mais trabalha nesta fase, tendo sido Rui de Mascarenhas um dos grandes divulgadores das canções deste último.
Entre finais da década de 50 e meados da de 60, uma carreira internacional esperava o cantor, que logo em 1960 grava em França o seu primeiro álbum, de título “Fados”, e onde inclui “Adeus Mouraria” ou “Fado das Caldas”, mas também “Regresso”, o então muito recente êxito de António Calvário.
Em Espanha, Rui de Mascarenhas vence em 1963 o Festival da Costa Verde com a canção “Soledad”, que grava para o selo espanhol Zafiro. É também para a mesma etiqueta e no mesmo ano que grava a primeira versão de “Pauliteiros do Douro”, com letra de Artur Ribeiro e música de José Maria Antunes, e que se torna desde logo um êxito. Para o mercado português, o cantor grava pouco depois uma nova versão da canção, com acompanhamento do maestro Tavares Belo.
Datadas de 1966, as imagens de hoje vêm de um programa especial feito pela RTP para marcar o regresso ao país deste cantor, que passara ainda com sucesso pelos E.U.A. e Canadá. Entre versões de temas internacionais e originais escritos por autores portugueses, Rui de Mascarenhas grava no entanto algum reportório mais inesperado.
Em 1967, num álbum editado pela RCA Victor, há assim lugar para uma versão de “Menino d’Oiro”, de José Afonso. Dois anos depois, o cantor grava mesmo um EP de título “Baladas”, onde canta poemas de João Apolinário ou de Reinaldo Ferreira musicados por Francisco Fernandes (que então escrevia também para o Padre Fanhais).
No início da nova década de 70, Rui de Mascarenhas trabalharia com nomes como Paco Bandeira, Pedro Osório ou Jorge Palma, que dirige a orquestra no álbum “De Ontem e de Hoje”, em 1973. Num dos lados, estavam grandes sucessos do passado e no outro surgiam originais de Palma, um deles em parceria com Ary dos Santos e outro feito a partir de excertos do texto “O Aleph”, de Jorge Luis Borges.
Depois do 25 de Abril de 1974, a carreira de Rui de Mascarenhas conhece ainda um momento de algum ressurgimento em meados dos anos 80, mas a morte leva-o com apenas 57 anos, em 1987 – um dia antes da morte de José Afonso.
Em 1951, o cantor ganha o 1º Prémio de Cançonetistas da Emissora Nacional, o que lhe permite iniciar uma carreira musical, assinando desde logo contrato com a editora Valentim de Carvalho, para quem grava os seus primeiros discos. O maestro João Nobre e o compositor Carlos Canelhas são alguns dos nomes com quem mais trabalha nesta fase, tendo sido Rui de Mascarenhas um dos grandes divulgadores das canções deste último.
Entre finais da década de 50 e meados da de 60, uma carreira internacional esperava o cantor, que logo em 1960 grava em França o seu primeiro álbum, de título “Fados”, e onde inclui “Adeus Mouraria” ou “Fado das Caldas”, mas também “Regresso”, o então muito recente êxito de António Calvário.
Em Espanha, Rui de Mascarenhas vence em 1963 o Festival da Costa Verde com a canção “Soledad”, que grava para o selo espanhol Zafiro. É também para a mesma etiqueta e no mesmo ano que grava a primeira versão de “Pauliteiros do Douro”, com letra de Artur Ribeiro e música de José Maria Antunes, e que se torna desde logo um êxito. Para o mercado português, o cantor grava pouco depois uma nova versão da canção, com acompanhamento do maestro Tavares Belo.
Datadas de 1966, as imagens de hoje vêm de um programa especial feito pela RTP para marcar o regresso ao país deste cantor, que passara ainda com sucesso pelos E.U.A. e Canadá. Entre versões de temas internacionais e originais escritos por autores portugueses, Rui de Mascarenhas grava no entanto algum reportório mais inesperado.
Em 1967, num álbum editado pela RCA Victor, há assim lugar para uma versão de “Menino d’Oiro”, de José Afonso. Dois anos depois, o cantor grava mesmo um EP de título “Baladas”, onde canta poemas de João Apolinário ou de Reinaldo Ferreira musicados por Francisco Fernandes (que então escrevia também para o Padre Fanhais).
No início da nova década de 70, Rui de Mascarenhas trabalharia com nomes como Paco Bandeira, Pedro Osório ou Jorge Palma, que dirige a orquestra no álbum “De Ontem e de Hoje”, em 1973. Num dos lados, estavam grandes sucessos do passado e no outro surgiam originais de Palma, um deles em parceria com Ary dos Santos e outro feito a partir de excertos do texto “O Aleph”, de Jorge Luis Borges.
Depois do 25 de Abril de 1974, a carreira de Rui de Mascarenhas conhece ainda um momento de algum ressurgimento em meados dos anos 80, mas a morte leva-o com apenas 57 anos, em 1987 – um dia antes da morte de José Afonso.