ROXIGÉNIO por João Carlos Callixto
8 Mai 1983 - "Cathy"
Em pleno “boom” do rock em Portugal, surge no Porto um grupo liderado por músicos veteranos de outros projectos nacionais. São os Roxigénio e parte da sua diferença residia no facto de terem feito o seu percurso com canções em inglês quando todos os grupos tinham mudado agulhas para o português como nova “língua franca”. Neste “Gramofone”, visitamo-los com “Cathy”, em 1983. O tema pertence a “Rock’n Roll Men”, o terceiro e último álbum do grupo – e era o que de facto eram todos os seus membros, até pelos seus passos anteriores.
António Garcez, o vocalista, era um dos nomes mais respeitados do nosso rock. Depois de um período mais formativo, está nos Psico e nos Pentágono, onde a sua fama se vai forjando como animal de palco. Mais tarde, com os Arte & Ofício, não deixa essa mesma fama por mãos alheias e é um dos responsáveis pela enorme popularidade do grupo, em disco e ao vivo. Ao juntar-se a Filipe Mendes, deparamo-nos com dois monstros do nosso rock. O guitarrista tinha-se destacado logo na segunda metade de 60s, com os Chinchilas, com quem grava quatro discos. Depois, com a Heavy Band, mostra que o rock em Portugal podia de facto trilhar caminhos mais pesados – e pioneiros. Mendes junta-se depois aos Psico, com quem grava o único disco do grupo.
Inaugurando a década de 80, a formação inicial dos Roxigénio contava, além de Garcez e Mendes, com José Aguiar, na guitarra baixo, e Betto Palumbo, na bateria. Ao controle das baquetas vêm a estar também os músicos Abílio Queiroz, que tinha sido dos Mini-Pop, e Rui Ferraz, conhecido como “Cenoura” e um dos nomes carismáticos da cena musical portuense. Em contraciclo com os grupos do "boom" do rock de então, os Roxigénio tinham uma particularidade: cantavam em inglês e diziam publicamente que a sua música estava muito à frente da de Rui Veloso… Provocações bairristas à parte, o facto é que o grupo se estreia nos discos logo em 1980, com um álbum homónimo, editado pela firma nortenha GAF. Seguem-se no ano seguinte dois singles, o primeiro gravado para a Orfeu e o segundo já para a Vadeca, que viria a ser a editora dos Roxigénio até ao final da carreira.
O álbum “Roxigénio 2”, de 1982, conheceu boa promoção e tinha à cabeça o frenético “Stiff-Necked Obstinate”. Sempre em mudanças internas de formação, no ano seguinte a banda contava já com Frederico Lafayette, na guitarra, Fernando Delaere (que tinha passado pela Go Graal Blues Band e que viria a ser dos UHF e dos Ravel), no baixo, e Hippo Birdie (nome artístico de Manuel Mergulhão, já falecido e que tocou também com a Go Graal Blues Band e mais tarde com os Rádio Macau), na bateria. Este videoclip feito para o programa "Vivamúsica", da RTP, mostra como mesmo num tema aparentemente mais calmo a energia dos Roxigénio era sempre distinta – em alguns aspectos, distinta demais para o momento em que surgiram. Ironicamente, toda a obra do grupo se encontra esquecida em vinil, aguardando que outros “rock’n’roll men” a ressuscitem!
António Garcez, o vocalista, era um dos nomes mais respeitados do nosso rock. Depois de um período mais formativo, está nos Psico e nos Pentágono, onde a sua fama se vai forjando como animal de palco. Mais tarde, com os Arte & Ofício, não deixa essa mesma fama por mãos alheias e é um dos responsáveis pela enorme popularidade do grupo, em disco e ao vivo. Ao juntar-se a Filipe Mendes, deparamo-nos com dois monstros do nosso rock. O guitarrista tinha-se destacado logo na segunda metade de 60s, com os Chinchilas, com quem grava quatro discos. Depois, com a Heavy Band, mostra que o rock em Portugal podia de facto trilhar caminhos mais pesados – e pioneiros. Mendes junta-se depois aos Psico, com quem grava o único disco do grupo.
Inaugurando a década de 80, a formação inicial dos Roxigénio contava, além de Garcez e Mendes, com José Aguiar, na guitarra baixo, e Betto Palumbo, na bateria. Ao controle das baquetas vêm a estar também os músicos Abílio Queiroz, que tinha sido dos Mini-Pop, e Rui Ferraz, conhecido como “Cenoura” e um dos nomes carismáticos da cena musical portuense. Em contraciclo com os grupos do "boom" do rock de então, os Roxigénio tinham uma particularidade: cantavam em inglês e diziam publicamente que a sua música estava muito à frente da de Rui Veloso… Provocações bairristas à parte, o facto é que o grupo se estreia nos discos logo em 1980, com um álbum homónimo, editado pela firma nortenha GAF. Seguem-se no ano seguinte dois singles, o primeiro gravado para a Orfeu e o segundo já para a Vadeca, que viria a ser a editora dos Roxigénio até ao final da carreira.
O álbum “Roxigénio 2”, de 1982, conheceu boa promoção e tinha à cabeça o frenético “Stiff-Necked Obstinate”. Sempre em mudanças internas de formação, no ano seguinte a banda contava já com Frederico Lafayette, na guitarra, Fernando Delaere (que tinha passado pela Go Graal Blues Band e que viria a ser dos UHF e dos Ravel), no baixo, e Hippo Birdie (nome artístico de Manuel Mergulhão, já falecido e que tocou também com a Go Graal Blues Band e mais tarde com os Rádio Macau), na bateria. Este videoclip feito para o programa "Vivamúsica", da RTP, mostra como mesmo num tema aparentemente mais calmo a energia dos Roxigénio era sempre distinta – em alguns aspectos, distinta demais para o momento em que surgiram. Ironicamente, toda a obra do grupo se encontra esquecida em vinil, aguardando que outros “rock’n’roll men” a ressuscitem!