QUARTETO 1111 por João Carlos Callixto
2 Dez 1967 - "Os Faunos"
É naturalmente possível falar de rock em Portugal antes do surgimento do Quarteto 1111, como atesta de forma cabal o legado pioneiro e diversificado de grupos e artistas como os Conchas, Daniel Bacelar, Zeca do Rock, o Conjunto Mistério, os Titãs, os Ekos, os Sheiks ou o Conjunto João Paulo. No entanto, é com o nosso grupo de hoje aqui no “Gramofone” que as novas linguagens juvenis disseminadas a partir primeiro dos EUA e depois de Inglaterra atingem a “maioridade” e se misturam de forma perfeita com a cultura portuguesa.
Curiosamente, foi a partir das cinzas de uma destas formações – o Conjunto Mistério – que surge na passagem de ano de 1966 para 1967 o Quarteto 1111. O conjunto extinto tinha dado cartas na nossa música como émulo local dos Shadows – mas já misturando canções portuguesas de cariz popular – e, na fase final, denotando também os ecos dos novos grupos britânicos, com os Beatles e os Moody Blues à cabeça.
Mas seria precisamente a entrada de José Cid para a banda que faria o Conjunto Mistério inflectir o rumo para o nascente rock psicadélico, com a escrita de composições originais que mostravam que os seus elementos estavam perfeitamente a par do que era feito fora de portas. O Quarteto 1111 foi também o primeiro grupo a construir uma obra discográfica constituída exclusivamente por material próprio, com a única excepção da versão das “Trovas do Vento Que Passa”, que quiseram incluir no primeiro álbum, em 1970.
No Verão de 1967, depois de vários meses de ensaios na garagem do baterista Michel Mounier, o programa de rádio “Em Órbita” transmite “A Lenda de El-Rei D. Sebastião”. As ondas de choque rapidamente se fazem sentir, e a Valentim de Carvalho mostra interesse em publicar o disco com a canção. É nesse primeiro registo, um EP, que se encontra a música que o Quarteto 1111 pensava que iria torná-los conhecidos: “Os Faunos”.
Aqui mostramos o grupo no seu estúdio, captados pelo programa da RTP “Discorama”, que era apresentado por Carlos Cruz, e que produziu também o videoclip da “Lenda”. Ao lado de José Cid e de Michel, vemos os dois irmãos António e Jorge Moniz Pereira, sendo que cerca de um ano depois este último daria lugar a Mário Rui Terra. Foi essa a formação que gravou o primeiro álbum do Quarteto 1111, no ano de 1969, e que chegaria às lojas em Março de 1970. Nessa altura, já o lugar de baixista era ocupado por Tozé Brito, vindo mais tarde a passar pelo grupo músicos como Mike Sergeant ou Vítor Mamede.
Quarenta e cinco anos depois da edição original, a editora Armoniz publica numa cuidada reedição, também em vinil, o mítico álbum homónimo de 1970 do Quarteto 1111. Como já tinha acontecido em 2014, com a reedição do primeiro álbum a solo de José Cid, chegou finalmente a altura de vermos a nossa melhor música ombrear com a melhor música do mundo sua contemporânea – mesmo que com um “delay” de quase meio século. Assim se constroem as lendas dos faunos!
Curiosamente, foi a partir das cinzas de uma destas formações – o Conjunto Mistério – que surge na passagem de ano de 1966 para 1967 o Quarteto 1111. O conjunto extinto tinha dado cartas na nossa música como émulo local dos Shadows – mas já misturando canções portuguesas de cariz popular – e, na fase final, denotando também os ecos dos novos grupos britânicos, com os Beatles e os Moody Blues à cabeça.
Mas seria precisamente a entrada de José Cid para a banda que faria o Conjunto Mistério inflectir o rumo para o nascente rock psicadélico, com a escrita de composições originais que mostravam que os seus elementos estavam perfeitamente a par do que era feito fora de portas. O Quarteto 1111 foi também o primeiro grupo a construir uma obra discográfica constituída exclusivamente por material próprio, com a única excepção da versão das “Trovas do Vento Que Passa”, que quiseram incluir no primeiro álbum, em 1970.
No Verão de 1967, depois de vários meses de ensaios na garagem do baterista Michel Mounier, o programa de rádio “Em Órbita” transmite “A Lenda de El-Rei D. Sebastião”. As ondas de choque rapidamente se fazem sentir, e a Valentim de Carvalho mostra interesse em publicar o disco com a canção. É nesse primeiro registo, um EP, que se encontra a música que o Quarteto 1111 pensava que iria torná-los conhecidos: “Os Faunos”.
Aqui mostramos o grupo no seu estúdio, captados pelo programa da RTP “Discorama”, que era apresentado por Carlos Cruz, e que produziu também o videoclip da “Lenda”. Ao lado de José Cid e de Michel, vemos os dois irmãos António e Jorge Moniz Pereira, sendo que cerca de um ano depois este último daria lugar a Mário Rui Terra. Foi essa a formação que gravou o primeiro álbum do Quarteto 1111, no ano de 1969, e que chegaria às lojas em Março de 1970. Nessa altura, já o lugar de baixista era ocupado por Tozé Brito, vindo mais tarde a passar pelo grupo músicos como Mike Sergeant ou Vítor Mamede.
Quarenta e cinco anos depois da edição original, a editora Armoniz publica numa cuidada reedição, também em vinil, o mítico álbum homónimo de 1970 do Quarteto 1111. Como já tinha acontecido em 2014, com a reedição do primeiro álbum a solo de José Cid, chegou finalmente a altura de vermos a nossa melhor música ombrear com a melhor música do mundo sua contemporânea – mesmo que com um “delay” de quase meio século. Assim se constroem as lendas dos faunos!