PAULO ALEXANDRE por João Carlos Callixto
25 Dez 1962 - “Consoada Portuguesa”
O cantor Paulo Alexandre é conhecido de várias gerações pelo sucesso da canção "Verde Vinho", em 1977. Estava-se perante a adaptação para português, feita pelo próprio, de “Griechischer Wein”, que o alemão Udo Jürgens escrevera e gravara em 1974. O sucesso foi tão grande que até Bing Crosby gravou a sua própria versão, baptizada “Come Share the Wine”. Mas Paulo Alexandre não se fez rogado e o seu disco foi um enorme êxito até do outro lado do Atlântico, com edições brasileiras e tendo ainda dado direito em 1981 à realização do filme “Verde Vinho”, com Paulo Alexandre como actor. Após uma pequena pausa em termos discográficos em meados dos anos 70, interrompida apenas pelo single “Concerto para Ti” (publicado pela Orfeu, de Arnaldo Trindade, em 1976), esta canção de sabor grego mas a remeter liricamente para as terras do norte de Portugal acabaria quase por eclipsar todo o resto da carreira de Paulo Alexandre.
O percurso começara a solo em meados da década de 1950, na Emissora Nacional, mas pouco depois integra o quarteto vocal 4 de Espadas, com Américo Lima, Fernando La Rua e Nuno d'Almeida. Curiosamente, os primeiros passos discográficos tanto em nome próprio como do grupo têm lugar no mesmo ano de 1959. Um EP com quatro composições de Belo Marques, todas elas dedicadas a Lisboa, e com direcção de orquestra de João Nobre marca assim o pontapé de saída de uma carreira longa. Publicado pela Valentim de Carvalho, seria seguido em 1960 de “A Nova Voz Romântica de Paulo Alexandre”, onde o cantor interpretava originais de Alves Coelho Filho dirigidos também pelo maestro e compositor. "O Mar e Ela”, editado pouco depois, reunia desta vez quarto canções de Joaquim Luiz Gomes, com letras de António de Sousa Freitas, Hernâni Correia e Jerónimo Bragança. Depois deste trio inicial de edições, Paulo Alexandre assina novo contrato discográfico com a Rádio Triunfo, onde permanece entre 1962 e 1967.
É precisamente nesse ano de 1962 que o encontramos neste “Gramofone”. Com imagens do programa "Prenda de Natal", apresentado por Fialho Gouveia, Paulo Alexandre junta-se a várias outras vozes da época para desejar Boas Festas aos espectadores através da interpretação de um conjunto de canções originais encomendas pela RTP a outros tantos compositores. Esta “Consoada Portuguesa” tem assim música de António Melo, que dirige a orquestra, e letra de Silva Tavares. A mesma dupla era também a responsável pelo clássico “Minha Casinha”, que os Xutos & Pontapés iriam mais tarde buscar ao reportório da cantora Milú.
Depois de um EP com “Agora ou Nunca” (de António José e Nóbrega e Sousa), e que marcava também a estreia de Paulo Alexandre como compositor (com “Escravo”), chega um disco mais surpreendente para alguns. Juntando-se ao grupo rock Telstars, o cantor grava “Dancemos o Twist” (letra de José Correia e música do também maestro e baterista Jorge Costa Pinto) e “Horizonte de Esperança” (de novo da dupla António José e Nóbrega e Sousa). Jorge Costa Pinto dirigiria aliás o trabalho seguinte de Paulo Alexandre, que abria com o seu “Não É Tarde”. Em 1966, seria uma versão de “Strangers in the Night” a marcar novo EP, mostrando que a voz romântica de Paulo Alexandre era bem multifacetada. No ano seguinte, o último disco da Alvorada trazia também outra versão, para o sucesso de então “I Was Kaiser Bill's Batman”. Segue-se uma primeira pausa, de cerca de quatro anos, até ao regresso em 1971 com o tema do filme “Love Story”, com direcção de Pedro Osório. Curiosamente, seria preciso esperar por 1978 (já na senda do sucesso de “Verde Vinho”) para que Paulo Alexandre se estreasse em álbum, com “Romance” – um trabalho onde junta novas e velhas canções e que conta com orquestrações de Fernando Correia Martins. O cantor (que teve uma carreira paralela como bancário) mostrava que tinha de facto várias vidas, como o seu trabalho nos anos 80 e 90, até na área da televisão e da rádio, o viria a provar de novo.
O percurso começara a solo em meados da década de 1950, na Emissora Nacional, mas pouco depois integra o quarteto vocal 4 de Espadas, com Américo Lima, Fernando La Rua e Nuno d'Almeida. Curiosamente, os primeiros passos discográficos tanto em nome próprio como do grupo têm lugar no mesmo ano de 1959. Um EP com quatro composições de Belo Marques, todas elas dedicadas a Lisboa, e com direcção de orquestra de João Nobre marca assim o pontapé de saída de uma carreira longa. Publicado pela Valentim de Carvalho, seria seguido em 1960 de “A Nova Voz Romântica de Paulo Alexandre”, onde o cantor interpretava originais de Alves Coelho Filho dirigidos também pelo maestro e compositor. "O Mar e Ela”, editado pouco depois, reunia desta vez quarto canções de Joaquim Luiz Gomes, com letras de António de Sousa Freitas, Hernâni Correia e Jerónimo Bragança. Depois deste trio inicial de edições, Paulo Alexandre assina novo contrato discográfico com a Rádio Triunfo, onde permanece entre 1962 e 1967.
É precisamente nesse ano de 1962 que o encontramos neste “Gramofone”. Com imagens do programa "Prenda de Natal", apresentado por Fialho Gouveia, Paulo Alexandre junta-se a várias outras vozes da época para desejar Boas Festas aos espectadores através da interpretação de um conjunto de canções originais encomendas pela RTP a outros tantos compositores. Esta “Consoada Portuguesa” tem assim música de António Melo, que dirige a orquestra, e letra de Silva Tavares. A mesma dupla era também a responsável pelo clássico “Minha Casinha”, que os Xutos & Pontapés iriam mais tarde buscar ao reportório da cantora Milú.
Depois de um EP com “Agora ou Nunca” (de António José e Nóbrega e Sousa), e que marcava também a estreia de Paulo Alexandre como compositor (com “Escravo”), chega um disco mais surpreendente para alguns. Juntando-se ao grupo rock Telstars, o cantor grava “Dancemos o Twist” (letra de José Correia e música do também maestro e baterista Jorge Costa Pinto) e “Horizonte de Esperança” (de novo da dupla António José e Nóbrega e Sousa). Jorge Costa Pinto dirigiria aliás o trabalho seguinte de Paulo Alexandre, que abria com o seu “Não É Tarde”. Em 1966, seria uma versão de “Strangers in the Night” a marcar novo EP, mostrando que a voz romântica de Paulo Alexandre era bem multifacetada. No ano seguinte, o último disco da Alvorada trazia também outra versão, para o sucesso de então “I Was Kaiser Bill's Batman”. Segue-se uma primeira pausa, de cerca de quatro anos, até ao regresso em 1971 com o tema do filme “Love Story”, com direcção de Pedro Osório. Curiosamente, seria preciso esperar por 1978 (já na senda do sucesso de “Verde Vinho”) para que Paulo Alexandre se estreasse em álbum, com “Romance” – um trabalho onde junta novas e velhas canções e que conta com orquestrações de Fernando Correia Martins. O cantor (que teve uma carreira paralela como bancário) mostrava que tinha de facto várias vidas, como o seu trabalho nos anos 80 e 90, até na área da televisão e da rádio, o viria a provar de novo.