OS MUTANTES por João Carlos Callixto
28 Jun 1969 - Discorama, "Caminhante Noturno"
Se em Portugal o grupo de proa nos cruzamentos entre as linguagens psicadélicas e as culturas locais foi o Quarteto 1111, no Brasil esse papel pertence aos Mutantes. Arautos do tropicalismo, movimento de vanguarda surgido por volta de 1967 e devedor do Manifesto Antropofágico teorizado por Oswald de Andrade no final dos anos 20, tinham ao seu lado nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé ou Gal Costa.
Formados por Rita Lee e pelos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, os Mutantes reclamavam a grande influência dos Beatles, como talentos maiores da música pop internacional mas que chamavam a si todo o tipo de experimentações. O tropicalismo, através também da colaboração do maestro Rogério Duprat, que tinha estudado com Karlheinz Stockhausen, tentava mostrar que a música erudita podia ser incluída no mesmo caldeirão que a popular, enriquecendo ambas as linguagens.
Assim, no primeiro álbum dos Mutantes, editado no Verão de 1968, tanto desfilavam o sombrio “Panis et Circenses”, de Gil e Caetano, como “Adeus Maria Fulô”, escrito por Sivuca e por Humberto Teixeira, este último parceiro habitual do rei do baião Luiz Gonzaga. Apesar de na época o disco ter conhecido um sucesso modesto, acabaria por se tornar numa das referências internacionais no âmbito do rock psicadélico.
Logo depois, é editado o disco-manifesto "Tropicalia", seguindo-se em Setembro a participação dos Mutantes no III Festival Internacional da Canção. Aí, apresentam a nossa música de hoje aqui no “Gramofone”, “Caminhante Noturno”, um original do grupo, embora seja mais recordada a vaia que recebem após acompanharem Caetano Veloso na canção “É Proibido Proibir” – um dos slogans do Maio francês desse ano.
O segundo álbum dos Mutantes chegaria já em 1969 e continua a veia experimental iniciada no trabalho anterior. “Caminhante Noturno” faz parte do alinhamento, que inclui originais como “Dom Quixote”, “Mágica” ou “2001”, esta escrita em parceria com Tom Zé.
O momento de hoje aqui no “Gramofone” recorda a passagem dos Mutantes por Portugal, em 1969, quando se apresentam ao vivo no Teatro Villaret, em Lisboa. Captado pelo programa “Discorama”, que começara em 1966 e que contava com apresentação de Carlos Cruz, inclui vários temas do grupo e entrevista com os seus três líderes.
Mais um pouco e cruzavam-se com José Cid, como aconteceu nesse ano com Gilberto Gil e Caetano Veloso – e o luso-tropicalismo teria conhecido porventura o seu grande momento!
Formados por Rita Lee e pelos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, os Mutantes reclamavam a grande influência dos Beatles, como talentos maiores da música pop internacional mas que chamavam a si todo o tipo de experimentações. O tropicalismo, através também da colaboração do maestro Rogério Duprat, que tinha estudado com Karlheinz Stockhausen, tentava mostrar que a música erudita podia ser incluída no mesmo caldeirão que a popular, enriquecendo ambas as linguagens.
Assim, no primeiro álbum dos Mutantes, editado no Verão de 1968, tanto desfilavam o sombrio “Panis et Circenses”, de Gil e Caetano, como “Adeus Maria Fulô”, escrito por Sivuca e por Humberto Teixeira, este último parceiro habitual do rei do baião Luiz Gonzaga. Apesar de na época o disco ter conhecido um sucesso modesto, acabaria por se tornar numa das referências internacionais no âmbito do rock psicadélico.
Logo depois, é editado o disco-manifesto "Tropicalia", seguindo-se em Setembro a participação dos Mutantes no III Festival Internacional da Canção. Aí, apresentam a nossa música de hoje aqui no “Gramofone”, “Caminhante Noturno”, um original do grupo, embora seja mais recordada a vaia que recebem após acompanharem Caetano Veloso na canção “É Proibido Proibir” – um dos slogans do Maio francês desse ano.
O segundo álbum dos Mutantes chegaria já em 1969 e continua a veia experimental iniciada no trabalho anterior. “Caminhante Noturno” faz parte do alinhamento, que inclui originais como “Dom Quixote”, “Mágica” ou “2001”, esta escrita em parceria com Tom Zé.
O momento de hoje aqui no “Gramofone” recorda a passagem dos Mutantes por Portugal, em 1969, quando se apresentam ao vivo no Teatro Villaret, em Lisboa. Captado pelo programa “Discorama”, que começara em 1966 e que contava com apresentação de Carlos Cruz, inclui vários temas do grupo e entrevista com os seus três líderes.
Mais um pouco e cruzavam-se com José Cid, como aconteceu nesse ano com Gilberto Gil e Caetano Veloso – e o luso-tropicalismo teria conhecido porventura o seu grande momento!