OS DEMÓNIOS NEGROS, por João Carlos Callixto
1965 - "Shakin' All Over"
A cena musical da Madeira sempre foi bem distinta, fruto também da passagem de muitos turistas pelo Funchal e da constante necessidade de estar a par das novidades musicais de todas as paragens. Assim, não é de admirar que o rock se tenha instalado localmente na mesma altura que no Continente, cabendo aos seus grupos um lugar de destaque no panorama musical da época, com várias incursões discográficas. Se o Conjunto Académico João Paulo ocupou um primeiro lugar incontestável, ao ser aliás o grupo português da década de 1960, no âmbito do pop rock, a gravar mais discos, outros conjuntos alcançaram esse mesmo objectivo. E a formação de hoje, os Demónios Negros, disputou aliás na Madeira, em 1964, o mesmo concurso “Caravana em Férias” que veria a vitória sorrir à formação liderada por João Paulo Agrela.
Formados por Luís Jardim e Óscar Gonçalves, nas guitarras, Tiago Camacho, na viola baixo, e Alberto Manso, na voz e bateria, os Demónios Negros gravam no final de 1964 o seu primeiro disco, publicado pela etiqueta portuense Alvorada no início do novo ano. Abrindo com o popular “Bailinho da Madeira”, autêntico ex-libris do arquipélago, o disco inclui também uma versão de outra canção portuguesa - “Coimbra”, de José Galhardo e Raul Ferrão, a mais internacional das nossas composições na época. Virando-se para o repertório pop rock, o grupo escolhe então este original dos britânicos Johnny Kidd & the Pirates, publicado originalmente em 1960, e ainda “Boys”, de Luther Dixon e Wes Farrell, e que os Beatles tinham gravado em 1963.
Em Setembro de 1965, os Demónios Negros vencem a 2.ª eliminatória do Concurso Ié-Ié do Monumental, mas em Janeiro seguinte perderiam a meia-final para os Sheiks. Não é no entanto esse desaire que os desmobiliza e logo depois assinam novo contrato discográfico, desta vez com a firma Valentim de Carvalho. Com Stela no lugar de Tiago Camacho, o segundo e útimo EP dos Demónios Negros confirma a preferência pelas canções dos Beatles. A “No Reply”, de 1964, juntava-se uma versão em português de “Yesterday” feita por Luís Jardim. “Slow Down”, a canção que abria o disco, tinha sido originalmente gravada em 1958 pelo americano Larry Williams (autor da mesma), mas os Demónios Negros tinham aqui como referente também a versão dos Beatles. O disco encerrava com “Quero Que Voltes”, um original do próprio Luís Jardim, que aqui mostrava a sua aspiração a outros voos. Pouco depois, o músico partia para Inglaterra para estudar e aí começaria uma carreira como músico de sessão, para além de ter formado bandas como os Casablanca (que editaram no selo Rocket, de Elton John) e os Rouge. Mais recentemente, como jurado em vários “talent shows” televisivos, o seu nome e percurso tornou-se conhecido do grande público nacional.
Formados por Luís Jardim e Óscar Gonçalves, nas guitarras, Tiago Camacho, na viola baixo, e Alberto Manso, na voz e bateria, os Demónios Negros gravam no final de 1964 o seu primeiro disco, publicado pela etiqueta portuense Alvorada no início do novo ano. Abrindo com o popular “Bailinho da Madeira”, autêntico ex-libris do arquipélago, o disco inclui também uma versão de outra canção portuguesa - “Coimbra”, de José Galhardo e Raul Ferrão, a mais internacional das nossas composições na época. Virando-se para o repertório pop rock, o grupo escolhe então este original dos britânicos Johnny Kidd & the Pirates, publicado originalmente em 1960, e ainda “Boys”, de Luther Dixon e Wes Farrell, e que os Beatles tinham gravado em 1963.
Em Setembro de 1965, os Demónios Negros vencem a 2.ª eliminatória do Concurso Ié-Ié do Monumental, mas em Janeiro seguinte perderiam a meia-final para os Sheiks. Não é no entanto esse desaire que os desmobiliza e logo depois assinam novo contrato discográfico, desta vez com a firma Valentim de Carvalho. Com Stela no lugar de Tiago Camacho, o segundo e útimo EP dos Demónios Negros confirma a preferência pelas canções dos Beatles. A “No Reply”, de 1964, juntava-se uma versão em português de “Yesterday” feita por Luís Jardim. “Slow Down”, a canção que abria o disco, tinha sido originalmente gravada em 1958 pelo americano Larry Williams (autor da mesma), mas os Demónios Negros tinham aqui como referente também a versão dos Beatles. O disco encerrava com “Quero Que Voltes”, um original do próprio Luís Jardim, que aqui mostrava a sua aspiração a outros voos. Pouco depois, o músico partia para Inglaterra para estudar e aí começaria uma carreira como músico de sessão, para além de ter formado bandas como os Casablanca (que editaram no selo Rocket, de Elton John) e os Rouge. Mais recentemente, como jurado em vários “talent shows” televisivos, o seu nome e percurso tornou-se conhecido do grande público nacional.