OCASO ÉPICO por João Carlos Callixto
5 Dez 1987 - "Adamastor"
Agora que fechamos esta temporada do “Gramofone”, recuemos à segunda metade da década de 80 com um grupo que ainda hoje é celebrado como um dos projectos mais radicais da época: os Ocaso Épico.
A história da música portuguesa tem vários casos de grupos ou artistas que, apesar de terem deixado uma obra exígua, marcaram de uma forma incontestável o cenário que se lhes seguiu. No início da década de 80, foi precisamente isso que aconteceu com António Variações, um meteoro que em apenas dois álbuns e um single transformou a nossa música, conseguindo espalhar sementes aos quatro ventos e unir todas as franjas do público.
Com os Ocaso Épico, não se poderá falar decerto de uma influência tão transversal, mas este projecto fundado em 1981 por Farinha Master – nome artístico do músico Carlos Cordeiro – soube juntar como poucos os discursos das vanguardas musicais da época a uma noção bem peculiar da pop, que tanto se espraiava por colagens sonoras como por citações das nossas tradições musicais mais remotas.
Entre o rock e a experimentação, o grupo foi uma das presenças mais assíduas no espaço do Rock Rendez Vous, sendo aliás através da etiqueta Dansa do Som, ligada a esta sala de concertos lisboeta, que editam o seu primeiro registo em formato longa-duração, com o título “Muito Obrigado”. Mas para trás tinha já ficado uma primeira participação discográfica, na colectânea “Ao Vivo no Rock Rendez Vous em 1984”, ao lado dos Xutos & Pontapés, dos Croix Sainte ou dos Crise Total.
Nessa altura, a banda contava ainda com a cantora Anabela Duarte, que depois se junta aos Mler Ife Dada e seria a voz do êxito pop “Zuvi Zeva Novi”. Foi também neste ano de 1984 que António Sérgio considerou os Ocaso Épico como a melhor banda nacional ao vivo, ao lado dos GNR.
O momento aqui captado hoje pelas câmaras da RTP é também ao vivo e data de Dezembro de 1987. Foi originalmente transmitido no programa “Fisga”, que deu a conhecer alguma da música nova da altura. “Adamastor”, a música escolhida, é essencialmente um tema instrumental, mostrando no entanto a teatralidade com que Farinha interpretava o seu reportório.
O álbum de onde vem, o já referido “Muito Obrigado”, foi produzido por Zé Nabo, e nele tocam Rui Fingers e Beto Garcia, dois músicos ligados à banda de heavy metal V12. No trabalho seguinte, o mais experimental “Desperdícios”, apenas editado em cassete, os Ocaso Épico contaram com o violino de Carlos Zíngaro. Os bons espíritos encontram-se mesmo...
A história da música portuguesa tem vários casos de grupos ou artistas que, apesar de terem deixado uma obra exígua, marcaram de uma forma incontestável o cenário que se lhes seguiu. No início da década de 80, foi precisamente isso que aconteceu com António Variações, um meteoro que em apenas dois álbuns e um single transformou a nossa música, conseguindo espalhar sementes aos quatro ventos e unir todas as franjas do público.
Com os Ocaso Épico, não se poderá falar decerto de uma influência tão transversal, mas este projecto fundado em 1981 por Farinha Master – nome artístico do músico Carlos Cordeiro – soube juntar como poucos os discursos das vanguardas musicais da época a uma noção bem peculiar da pop, que tanto se espraiava por colagens sonoras como por citações das nossas tradições musicais mais remotas.
Entre o rock e a experimentação, o grupo foi uma das presenças mais assíduas no espaço do Rock Rendez Vous, sendo aliás através da etiqueta Dansa do Som, ligada a esta sala de concertos lisboeta, que editam o seu primeiro registo em formato longa-duração, com o título “Muito Obrigado”. Mas para trás tinha já ficado uma primeira participação discográfica, na colectânea “Ao Vivo no Rock Rendez Vous em 1984”, ao lado dos Xutos & Pontapés, dos Croix Sainte ou dos Crise Total.
Nessa altura, a banda contava ainda com a cantora Anabela Duarte, que depois se junta aos Mler Ife Dada e seria a voz do êxito pop “Zuvi Zeva Novi”. Foi também neste ano de 1984 que António Sérgio considerou os Ocaso Épico como a melhor banda nacional ao vivo, ao lado dos GNR.
O momento aqui captado hoje pelas câmaras da RTP é também ao vivo e data de Dezembro de 1987. Foi originalmente transmitido no programa “Fisga”, que deu a conhecer alguma da música nova da altura. “Adamastor”, a música escolhida, é essencialmente um tema instrumental, mostrando no entanto a teatralidade com que Farinha interpretava o seu reportório.
O álbum de onde vem, o já referido “Muito Obrigado”, foi produzido por Zé Nabo, e nele tocam Rui Fingers e Beto Garcia, dois músicos ligados à banda de heavy metal V12. No trabalho seguinte, o mais experimental “Desperdícios”, apenas editado em cassete, os Ocaso Épico contaram com o violino de Carlos Zíngaro. Os bons espíritos encontram-se mesmo...