NÉ LADEIRAS por João Carlos Callixto
26 Dez 1989 - "Cruz"
Uma das vozes mais reverenciadas da nossa música, Né Ladeiras é a estrela do “Gramofone” de hoje. Nascida no Porto, o primeiro momento de visibilidade pública começa bem cedo e em Coimbra, com a Brigada Victor Jara. Entre outras canções, é a voz de Né que ouvimos no tradicional e delicado “Marião”, uma das faixas do histórico LP de estreia do grupo, “Eito Fora”, que completa agora 40 anos.
Em 1979, depois da edição de “Tamborileiro”, segundo álbum da Brigada Victor Jara, Né Ladeiras muda-se para os Trovante, com quem grava o single “Toca a Reunir” - um dos pedaços da História do grupo que se encontra ainda por reeditar. Ao lado deles participa também no álbum “Fura Fura”, de José Afonso, com quem viria a colaborar mais tarde em “Galinhas do Mato”, o derradeiro álbum do cantautor.
A nova década começa com nova Banda, a do Casaco! Né grava com eles os álbuns “No Jardim da Celeste”, de “Natação Obrigatória”, e “Também Eu”, onde está “Salve Maravilha”. Chega então finalmente o momento de se estrear a solo, com o máxi-single “Alhur”, um casamento de tradições em que a música de Né Ladeiras cantava palavras de Miguel Esteves Cardoso, com acompanhamento dos músicos dos Heróis do Mar. Um ano depois, é publicado o primeiro álbum, “Sonho Azul”, com canções escritas pela cantora e por Pedro Ayres Magalhães, e cujo tema-título conhece um enorme sucesso.
O momento de hoje é de seis anos depois, e faz parte do programa “Delas p'ra Eles”, transmitido pela RTP nesse Natal de 1989. Entre as outras cantoras participantes, encontramos nomes como os de Dora, Lena d'Água, Luz Sá da Bandeira, Maria Viana, Pilar Homem de Mello ou Rita Ribeiro. A canção, de título “Cruz”, faz parte do segundo álbum de Né, “Corsária”, editado no final do ano anterior e produzido por Luís Cília. Como convidados, surgem Nuno Rodrigues e o actor Mário Viegas.
De então para cá, apenas nos podemos queixar de Né gravar bem menos do que desejaríamos. Mas com trabalhos do calibre de “Traz os Montes”, em 1994, que revisita o reportório tradicional mirandês; de “Todo Este Céu”, em 1997, dedicado à obra de Fausto; de “Da Minha Voz”, em 2001, que junta vários continentes numa nova Pangeia musical; ou do mais recente “Outras Vidas”, de 2016, uma convocação do grande feminino através dos tempos, nem mesmo o direito de queixa nos assiste. Apenas o deslumbramento perante esta voz única. Assinemos, pois, de cruz, com Né Ladeiras.
Em 1979, depois da edição de “Tamborileiro”, segundo álbum da Brigada Victor Jara, Né Ladeiras muda-se para os Trovante, com quem grava o single “Toca a Reunir” - um dos pedaços da História do grupo que se encontra ainda por reeditar. Ao lado deles participa também no álbum “Fura Fura”, de José Afonso, com quem viria a colaborar mais tarde em “Galinhas do Mato”, o derradeiro álbum do cantautor.
A nova década começa com nova Banda, a do Casaco! Né grava com eles os álbuns “No Jardim da Celeste”, de “Natação Obrigatória”, e “Também Eu”, onde está “Salve Maravilha”. Chega então finalmente o momento de se estrear a solo, com o máxi-single “Alhur”, um casamento de tradições em que a música de Né Ladeiras cantava palavras de Miguel Esteves Cardoso, com acompanhamento dos músicos dos Heróis do Mar. Um ano depois, é publicado o primeiro álbum, “Sonho Azul”, com canções escritas pela cantora e por Pedro Ayres Magalhães, e cujo tema-título conhece um enorme sucesso.
O momento de hoje é de seis anos depois, e faz parte do programa “Delas p'ra Eles”, transmitido pela RTP nesse Natal de 1989. Entre as outras cantoras participantes, encontramos nomes como os de Dora, Lena d'Água, Luz Sá da Bandeira, Maria Viana, Pilar Homem de Mello ou Rita Ribeiro. A canção, de título “Cruz”, faz parte do segundo álbum de Né, “Corsária”, editado no final do ano anterior e produzido por Luís Cília. Como convidados, surgem Nuno Rodrigues e o actor Mário Viegas.
De então para cá, apenas nos podemos queixar de Né gravar bem menos do que desejaríamos. Mas com trabalhos do calibre de “Traz os Montes”, em 1994, que revisita o reportório tradicional mirandês; de “Todo Este Céu”, em 1997, dedicado à obra de Fausto; de “Da Minha Voz”, em 2001, que junta vários continentes numa nova Pangeia musical; ou do mais recente “Outras Vidas”, de 2016, uma convocação do grande feminino através dos tempos, nem mesmo o direito de queixa nos assiste. Apenas o deslumbramento perante esta voz única. Assinemos, pois, de cruz, com Né Ladeiras.